Cripto na Coreia do Sul: reguladores planejam nova plataforma

Os reguladores, após as reações ao colapso do sistema terra, retomaram uma agenda de desenvolvimento do setor cripto na Coreia do Sul. A aposta da vez mira institucionalizar o uso de tokens de segurança.
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Equipe Propague
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Com o colapso da stablecoin Terra USD, que derreteu após sofrer um ataque especulativo, as autoridades da Coreia do Sul reagiram fortemente contra a Fundação Luna. Naquela ocasião, o colapso ocorreu, pois as reservas da Fundação não foram suficientes para sustentar a paridade de 1 a 1 com o dólar americano, abalando o ambiente cripto na Coreia do Sul.

O derretimento atingiu, diretamente, cerca de 280.000 investidores sul coreanos em um mercado que, em 2021, havia ultrapassado a barreira de US$ 42 bilhões e 15 milhões de usuários, de acordo com a Korea Financial Intelligence Unit (KoFIU).

O colapso da terra freou o avanço cripto na Coreia do Sul

Como consequência, as autoridades reagiram investigando os responsáveis pela fundação Luna e outras instituições cripto.  Nesse sentido, promotores da Coreia do Sul por trás da investigação da Terraform Labs executaram buscas em 15 empresas, entre as quais sete exchanges de criptomoedas.

Além disso, uma corte na Coreia do Sul emitiu um mandado de prisão contra 6 pessoas acusadas de violação das leis de mercados de capitais do país que, atualmente, residem em Singapura. Entre os alvos está o fundador da Terraform, Do Kwon.

O Serviço de Supervisão Financeira (FSC), por sua vez, também iniciou uma investigação contra serviços de pagamento gateway que operam com ativos digitais, exigindo relatórios de 157 deles sobre qualquer serviço relacionado a cripto na Coreia do Sul.

E, em 19 de julho, o FSC lançou um comitê de reforma regulatória financeira, composto por 17 participantes do setor privado para impulsionar iniciativas de reforma regulatória financeira por meio de cooperação público-privada.

Vale destacar, ainda, que as reações não se limitaram apenas aos órgãos reguladores e governamentais. As cinco maiores bolsas de criptoativos do país (Upbit, Bithumb, Coinone, Korbit e Gopa) também formaram seu próprio comitê consultivo.

Agora, meses após o colapso do sistema terra, o governo coreano parece inclinado a voltar a explorar, de forma controlada, as oportunidades abertas no setor cripto. Nesse sentido, o principal regulador financeiro da Coreia do Sul anunciou um plano para abrir um mercado de valores mobiliários digital separado, mas semelhante ao KOSPI (Korea Composite Stock Price Index), o índice da bolsa de valores sul-coreana que lista mais de 700 empresas.

A nova medida visa institucionalizar o mercado cripto na Coreia do sul

A iniciativa acomodará tokens mobiliários, representando direitos de propriedade ou valor patrimonial usando a tecnologia blockchain. No entanto, os tokens serão registrados no formato de títulos eletrônicos. A ideia é que o movimento sirva para institucionalizar e promover criptomoedas de forma controlada e segura.

A Comissão de Serviços Financeiros (FSC) planeja que a Korea Exchange (KRX) opere o mercado de valores mobiliários digitais e faça com que as empresas de segurança sejam responsáveis por intermediar as negociações.

De acordo com a proposta, a Korea Securities Depository será responsável por examinar e registrar a listagem de tokens mobiliários, além de gerenciar o volume total de tokens listados.

Vale lembrar que, antes do colapso da Terra, o governo sul coreano já planejava explorar possibilidades abertas pelos criptoativos, como sugere uma fala do presidente sul-coreano Yoon Suk-Yeol, em maio, quando prometeu ser mais amigável com a indústria cripto na Coreia do Sul e promover novos projetos.

O caso Luna acabou atrasando esse tipo de iniciativa, mas ao invés de se movimentar na direção de paralisar por completo o desenvolvimento do mercado, a Coreia do Sul caminha na direção de continuar com as ações, mas sob um controle regulatório mais rígido.

 

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