Armazenagem em nuvem é tema de debate para reguladores do sistema financeiro asiático

O crescente uso da tecnologia em nuvem no sistema financeiro vem chamando a atenção de reguladores em todo o mundo. O Banco Central do Brasil, por exemplo, criou regras para esse modelo de negócios em 2021 e, atualmente, o debate segue intenso na Ásia.
Armazenagem em nuvem é tema de debate para reguladores do sistema financeiro asiático
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Equipe Propague
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Nas últimas décadas, era comum dados serem armazenados dentro das próprias infraestruturas de tecnologia das instituições financeiras. À medida que as tecnologias de informação e comunicação se sofisticaram, a computação em nuvem ganhou destaque e contribui para o desenvolvimento de novos modelos de negócio.

Empresas de tecnologia passaram a oferecer armazenamento e processamento de dados em seus próprios servidores de modo que quem contrata, não precisa se preocupar em manter essas infraestruturas. Apesar dos benefícios já bem documentados relacionados a custo e eficiência, há preocupações e riscos que os reguladores e supervisores ainda estão mapeando e buscando mitigar.

O Banco Central do Brasil, por exemplo, desde 2021 dispõe sobre a política de segurança cibernética e os requisitos para a contratação de serviços de processamento e armazenamento de dados e de computação em nuvem. Um dos grandes centros de debate regulatório sobre o tema no momento, no entanto, são os países asiáticos já reconhecidos internacionalmente como hubs de tecnologia em geral, e financeira especificamente.

Singapura organiza fórum para discutir nuvem no sistema financeiro

Nesse sentido, um importante encontro aconteceu em Singapura para debater a adoção de tecnologias em nuvem no sistema financeiro. O Fórum de Resiliência em Nuvem do Setor Financeiro foi organizado pela Autoridade Monetária de Singapura (MAS), reunindo reguladores financeiros e provedores de serviços em nuvem (CSPs) da região da Ásia-Pacífico.

O objetivo é que essas instituições troquem perspectivas sobre estratégias adequadas de gerenciamento de risco em nuvem no sistema financeiro. O Fórum, que ocorrerá duas vezes por ano, foi presidido por Vincent Loy, Diretor Associado de Tecnologia da MAS e contou com a participação de mais de vinte líderes.

A expectativa é de que, com esse espaço de discussão, os reguladores financeiros da região e os principais CSPs entendam melhor as medidas necessárias para promover o uso resiliente e seguro de serviços em nuvem no sistema financeiro.

A importância da resiliência em nuvem para o sistema financeiro

A preocupação com a resiliência vem aumentando na região devido ao aumento da adoção de nuvens públicas entre o setor financeiro. Nuvens públicas são aquelas fornecidas por provedores de serviços, como a Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure e Google Cloud Platform, por exemplo. Em geral, esses provedores possuem data centers em todo o mundo e são utilizados por várias empresas.

Ser pública, portanto, significa que o uso não é exclusivo da empresa que contrata os serviços. É diferente de uma nuvem privada: infraestrutura usada exclusivamente por uma organização, hospedada internamente ou em um provedor de serviços em nuvem privado.

Os reguladores entendem que nuvens privadas ofereceriam maior controle e segurança para as organizações, mas não é este o perfil de crescimento do uso da tecnologia no setor financeiro.

Por isso, para garantir a resiliência do setor financeiro ao adotar as tecnologias em nuvem, o fórum destacou que reguladores financeiros, IFs e CSPs precisam trabalhar juntos para desenvolver melhores práticas de segurança.

Além disso, afirmam que será importante que os órgãos e diferentes agentes do mercado compartilhem informações sobre tecnologia em nuvem e práticas de gerenciamento de riscos de segurança cibernética para fins educativos sobre o tema. Na visão do fórum, isso ajudaria a construir as habilidades necessárias para lidar com riscos que podem ser exclusivos da implantação em nuvem pública.

 

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