E-commerce no Sudeste Asiático: aposta é de crescimento no setor

Países membros ASEAN despontam como no e-commerce. Atualmente, Malásia e Indonésia lideram, mas o Vietnã busca aproveitar as oportunidades da região.
E-commerce no Sudeste Asiático: aposta é de crescimento no setor
Data
Autor
Equipe Propague
Produto
Compartilhar

A utilização da Internet e das novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) para compra de bens ou serviços já é uma realidade e está se expandindo cada vez mais com o e-commerce transfronteiriço.

Esse crescimento tem sido impulsionado não apenas pelo aumento do acesso das famílias à Internet, mas também pela crescente mobilidade e popularidade dos dispositivos portáteis (smartphones, tablets), ampliando as possibilidades de compra e venda.

Isso porque, para garantir o desenvolvimento do e-commerce, é necessário garantir a conectividade em quatro áreas principais: fluxo de informações, conectividade em logística, conectividade para fluxos financeiros e infraestrutura de rede. Nesse cenário, a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) se apresenta como dos mercados mais promissores porque estão se movimentando para integrar seus mercados e , contam com  boa infraestrutura para conectividade.

Atualmente, Malásia e Indonésia estão entre os principais mercados de e-commerce da região e investem em estratégias de expansão. Outros, como o Vietnã, estão se esforçando para aproveitar as oportunidades abertas com a integração

Indonésia lidera o e-commerce na ASEAN em termos de receita

Entre os países da ASEAN, a Indonésia foi responsável, em 2018, por cerca de 45% da receita de e-commerce. Esse número, entretanto, deve aumentar para mais de 60% até 2023. Com isso, as autoridades da Indonésia estão se movimentando para consolidar o país como um centro digital da Ásia.

Uma das principais apostas é a entrada de pequenas e médias empresas (PMEs) nas vendas online.  Essa estratégia se relaciona com o fato da Indonésia ser uma economia de PMEs que compõem 99% de todas as empresas do país, sendo responsáveis por cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB).

Assim, o governo estabeleceu uma estratégia bem definida e orientada para o objetivo de acelerar a digitalização das pequenas e médias empresas a partir dos seguintes marcos:

  • Criar um roteiro para sincronizar 31 iniciativas estratégicas em oito ministérios;
  • Estabelecer políticas de investimento estrangeiro direto baseados em tecnologia;
  • Facilitar o acesso ao financiamento para digitalização das PMEs e crescimento de startups de qualidade por meio de empréstimos subsidiados;
  • Fornecer uma estratégia de saída atraente e fácil, aprofundando a liquidez do mercado de capitais para as empresas de tecnologia.

Malásia tem na sua infraestrutura digital um trunfo para o e-commerce

Já a Malásia aposta no amplo acesso à internet de alta velocidade para estimular o e-commerce, que é resultado do acelerado desenvolvimento de infraestrutura das tecnologias de informação e comunicação.  Em 2021, por exemplo, 80% da população da Malásia já era de usuários ativos de internet e 84,2% tinham acesso a telefone celular.

Além disso, a economia malaia, assim como a da Indonésia, é marcada por uma participação elevada das PME´s. Com isso, as autoridades trabalham para incorporar as pequenas e médias empresas no e-commerce, sobretudo, nos mercados transfronteiriços.

Nesse sentido, uma das iniciativas de destaque é a Zona de Livre Comércio Digital, (DFTZ) cujo foco são três áreas principais: um hub de e-fulfillment, uma plataforma de serviço eletrônico e um hub de serviços de satélite.

A DFTZ tem facilitado a entrada de PME´s nos mercados regionais, reduzindo barreiras como altas taxas de impostos, burocracias aduaneiras e inspeções em bens estrangeiros.

Vietnã mira oportunidades na ASEAN

Comparando com Malásia e a Indonésia, o Vietnã ainda precisa avançar, mas as autoridades do país estão atentas, aproveitando e fortalecendo as relações com os demais países da ASEAN, abrindo caminho para que empresas nacionais e estrangeiras entrem nos mercados uns dos outros.

O mercado de e-commerce do Vietnã vem registrando bons resultados nos últimos anos. Apenas em 2019, o e-commerce vietnamita registrou receitas de US$ 5 bilhões, um aumento de 81% em relação a 2015. Entre os produtos mais populares comprados online estão roupas e calçados; eletrônicos de consumo e eletrodomésticos e produtos de cuidados pessoais.

Esse resultado tem sido impulsionado, principalmente, por políticas governamentais robustas e o aumento da renda média, de tal modo que é esperado que e-commerce na região gere uma receita de US$ 23 bilhões até 2025.

Entretanto, a digitalização econômica no Vietnã tem focado na ampliação do acesso a comunicação e informação, sendo que as políticas voltadas para e-commerce são focadas no controle de gestão das empresas.

Assim, as oportunidades do e-commerce são consideradas grandes, mas há desafios, com certas áreas p carecendo de desenvolvimento, como compartilhamento de dados, conectividade para fluxos de financeiros, logística  e segurança com pagamentos eletrônicos.

 

Leia mais:

Riscos de tecnologia em nuvem? Banco Central da Malásia lança diretrizes para contorná-los

Cidades inteligentes ganham destaque na Ásia

Pix internacional vem aí? Entenda a proposta do Banco Central

Todos os produtos

Quer se
aprofundar mais?

Com uma linguagem simples de entender, as análises do Instituto Propague vão te deixar por dentro dos principais temas do mercado.

Leia agora!