Uma pesquisa recentemente divulgada pela Telesign, provedora de soluções de identidade e engajamento do cliente, revela uma nova dinâmica no universo das fraudes via Internet.
Se até então a percepção que se tinha era a de que os idosos representavam o público mais vulnerável à ação dos cibercriminosos, a publicação aponta que um grupo demográfico mais jovem vem sendo especialmente visado, alargando o alcance das atividades ilícitas praticadas digitalmente.
Isso porque, afirma a publicação, à medida que as gerações mais jovens têm uma maior exposição à internet, a probabilidade de serem afetadas por fraudes virtuais aumenta. Ou seja, os indivíduos que passam mais tempo conectados todos os dias têm uma taxa estatisticamente elevada de serem alvos de golpes.
Nesse cenário, a pesquisa mostra que a faixa etária que atualmente passa mais tempo online é a dos 18 aos 34 anos, seguida pela dos 35 aos 54 anos. 75% do primeiro grupo e 70% do segundo grupo permanecem no mínimo três horas diárias conectados.
Probabilidade de fraudes é maior em indivíduos entre 25 e 44 anos
Considerando as faixas etárias que passam mais tempo online, o estudo da Telesign coloca os millennials (ou geração Y), aqueles com idades entre 25 e 44 anos, como o principal alvo de fraudes na internet.
De acordo com os pesquisadores, esse grupo tem mais de 46% de probabilidade de sofrer fraudes em comparação com aqueles com 65 anos ou mais, mostrando que o universo dos ataques cibernéticos evoluiu muito nos últimos anos e que os golpes não se limitam mais à terceira idade.
Nesse sentido, um outro relatório, desta vez da SEON, plataforma europeia de prevenção a fraudes, descobriu que usuários com menos de 20 anos, por exemplo, sofreram um aumento de 116% de incidentes de fraudes entre 2019 e 2020, resultando em perdas coletivas de quase US$ 71 milhões no período.
Com relação às modalidades de golpes aplicadas, a Telesign constatou que 20% das vítimas da geração Y experimentaram invasão de contas, enquanto outros 14% sofreram golpes de phishing, nos quais criminosos tentam obter informações confidenciais fingindo ser uma entidade confiável.
Adicionalmente ao fator idade, o estudo também destaca uma disparidade de gênero quando se fala em ataques cibernéticos, uma vez que 66% das vítimas de fraudes online foram mulheres, em comparação com 34% de homens.
Ao mesmo tempo, também foi verificou que entrevistados com crianças nos seus agregados familiares passam mais tempo online diariamente em comparação com aqueles que não têm filhos. Portanto, a publicação destaca que esse grupo é igualmente mais propenso a se deparar com fraudes no ambiente digital.
Percepção e responsabilidade sobre ataques digitais
Ainda segundo a publicação, a esmagadora maioria dos consumidores ouvidos na pesquisa (94%) concorda que é responsabilidade das empresas – e não dos indivíduos – proteger a sua privacidade digital. Logo, afirmam que, caso sejam vítimas de golpes online, responsabilizarão as organizações.
Os consumidores também disseram que acreditam que as fraudes online estão aumentando (50%). Além do mais, eles avaliam que as fraudes podem afetar não apenas a sua saúde financeira, mas também a sua saúde psicológica.
Paralelamente, apontam, ainda, que basta uma única violação ou vazamento de dados para causar danos significativos para a reputação das empresas, além de poderem impactar os resultados financeiros das organizações.
Nesse contexto, a pesquisa destaca a importância de equilibrar as práticas de segurança com a experiência do usuário, ao mesmo tempo que incentiva as empresas a implementarem estratégias proativas de prevenção de fraudes e a introduzir proteções e tecnologias de privacidade digital.
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