Os crescentes investimentos em tecnologia realizados pelo setor financeiro somados a forte penetração da telefonia móvel no Brasil revolucionaram a experiência dos clientes. Se antes as transações bancárias se concentravam no atendimento físico, hoje, é no meio digital onde oito a cada dez operações acontecem. Nesse cenário, o celular responde, sozinho, por quase 70% de todas as movimentações no país.
Das mais corriqueiras, como uma consulta ao saldo, passando por transferências e pagamentos, à contratação de empréstimos e seguros, é possível efetuar, por meio de aplicativos de smartphones, essas e muitas outras transações bancárias.
A propósito, isso de qualquer lugar, inclusive fora do horário convencional de atendimento dos bancos. Ademais, receber notificações, em tempo real, sobre as movimentações em conta corrente e obter recomendações de investimentos com base em metas financeiras também são outras facilidades via mobile banking que se tornaram atrativos para os clientes.
As informações constam da segunda edição da pesquisa de Tecnologia Bancária lançada recentemente pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em conjunto com a consultoria Deloitte.
Para chegar aos resultados, 18 bancos, que representam 86% dos ativos do setor em território nacional, foram consultados por meio de um formulário eletrônico enviado entre abril e maio de 2023. Ao longo das últimas duas décadas, essas instituições aumentaram em quase 290% o investimento em tecnologia bancária.
Volume de transações bancárias via celular cresce mais de 50% em um ano
Essa edição da pesquisa mostra que o número total de transações registradas pelos bancos no país teve um aumento de 30% em 2022 no confronto com 2021, contabilizando mais de 163 bilhões de operações.
De acordo com a pesquisa, o montante é o maior já verificado na série histórica de transações bancárias, sendo motivado especialmente pelo desempenho do mobile banking, ou banco via celular, meio pelo qual o número de movimentações realizadas pelos clientes cresceu 54% em igual período.
Aplicativos de mensagens surgem como novo canal de movimentação
Além disso, com o objetivo de monitorar as tendências do mercado, a publicação trouxe um novo canal que vem sendo utilizado por bancos e consumidores: os aplicativos de mensagens.
Liberados pelo Banco Central em março de 2022, seu uso resultou em um crescimento superior a 530% em um ano, atingindo 56 milhões de transações bancárias. Desse total, aproximadamente 37% correspondem a operações através do Pix e 29% as renegociações de débitos.
Ao passo que entre as operações não financeiras, as consultas a saldos, extratos e faturas de cartão de crédito foram as mais realizadas.
Ainda segundo a publicação, apesar de o volume total de transações bancárias via aplicativos de mensagens ainda ser pouco significativo comparado com o mobile banking, por outro lado, demonstra uma inclinação para maior adoção desse canal pelos clientes, revelando as novas preferencias do consumidor.
Tanto que, entre aproximadamente 50% dos bancos consultados, esses já oferecem esse canal para a realização de movimentações pelos clientes.
Como o cliente usa o mobile banking para efetuar transações bancárias
Ainda de acordo com a pesquisa, o canal mobile lidera a preferência dos clientes para a consulta a saldos e extratos, com 86% dessas operações sendo feitas por esse canal, Pix (96%), pagamentos de contas (49%), transferências via DOC e TED (67%), contratação de crédito (83%) e consulta a investimentos (86%).
Abertura e acesso a contas
O estudo também revela que das 469 milhões de contas correntes ativas no Brasil, praticamente 50% é acessada via mobile banking.
Esse cenário é decorrente da simplificação e agilidade proporcionada pelos bancos no processo de abertura de contas, além da maior oferta de soluções financeiras personalizadas e da facilidade de acesso a serviços essenciais via aplicativos para smartphones, explica.
Para se ter uma ideia, a quantidade de contas correntes abertas através do mobile banking e internet banking alcançou quase 25 milhões em 2022, acréscimo de 23% frente a 2021. Aliás, pelo segundo ano seguido, o número de contas correntes criadas por meio dos canais digitais ultrapassou o de contas abertas pelos canais físicos.
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