Resiliência cibernética: saiba o que significa e por que ela é essencial em uma economia digitalizada

A preocupação em evitar prejuízos financeiros, legais e reputacionais tem exigido que as empresas ajam proativamente, buscando implementar um conjunto de medidas para se proteger contra os ataques digitais.
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Equipe Propague
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A economia cada vez mais digitalizada e os formatos de trabalho que vão além do presencial se transformaram em um mundo de oportunidades para a ação dos cibercriminosos diante das brechas que se abriram para golpes e fraudes. Embora investir em soluções de cibersegurança não deixe de ser fundamental, ao mesmo tempo, se descobriu que elas sozinhas já não bastam, sendo necessário que as empresas desenvolvam estratégias de resiliência cibernética.

Quando se fala no setor financeiro, por exemplo, o termo não é tão novo como se pensa, afinal, autoridades monetárias como o Banco Central Europeu já implementam medidas de resiliência cibernética, tendo concluído recentemente seu primeiro teste de estresse para avaliar a estratégia adotada.

Enquanto isso, o Banco Central brasileiro também contempla ações de resiliência cibernética dentro da agenda de transformação digital do Sistema Financeiro Nacional (SFN), tendo em vista a crescente interconectividade entre as instituições, decorrente de processos e responsabilidades mais distribuídos, e a consequente exposição que se segue.

Portanto, como se observa, a preocupação no sentido de evitar grandes prejuízos, tanto financeiros como reputacionais, tem exigido que empresas deste e de outros setores passem a agir proativamente, buscando implementar um conjunto de medidas, considerando uma abordagem holística, para se proteger contra os ataques digitais.

Mas afinal, o que significa resiliência cibernética, como funciona e que benefícios potenciais ela pode trazer para as organizações?

O que é resiliência cibernética

Apesar de o termo vir se popularizando no mundo dos negócios, não é difícil encontrar quem ainda confunda resiliência cibernética com segurança cibernética. 

Na verdade, enquanto a segurança cibernética trata da prevenção de eventuais ataques digitais, a resiliência cibernética foca na diminuição dos danos que ataques dessa natureza causam. Portanto, ela vai além, complementando e elevando a eficácia da cibersegurança nas organizações.

Dessa forma, a resiliência cibernética corresponde à capacidade de as empresas se adaptarem, se recuperarem e conseguirem manter o funcionamento diante de quaisquer incidentes cibernéticos que porventura ocorram.

Consequentemente, ao auxiliar em respostas rápidas e eficientes às tentativas de ciberataques, uma estratégia de resiliência cibernética bem implementada também ajuda a zelar pela credibilidade das organizações, absorvendo os impactos financeiros, legais e reputacionais.

Como a estratégia funciona na prática

Supondo a situação em que a equipe de tecnologia da informação (TI) de um determinado banco é notificada sobre um ataque cibernético e existe uma estratégia de segurança cibernética implementada, o incidente seria tratado como segue.

Logo após o alerta, é dado início ao processo de resposta ao ataque, com os responsáveis pela segurança digital passando a avaliar os padrões de tráfego de dados, tentando assim identificar uma possível origem do ocorrido. 

Isso é possível contando com soluções robustas de acompanhamento e detecção. Dessa maneira, o pessoal de TI é capaz de deter em tempo real a ameaça, impedindo que os cibercriminosos consigam ter acesso a dados confidenciais ou informações que possam danificar os sistemas da instituição. 

Enquanto isso, também são ativadas as ferramentas extras de proteção a fim de impedir novas tentativas de invasão.

Paralelamente ao trabalho de neutralização do incidente, a administração procura estabelecer uma comunicação adequada sobre o ocorrido com todas as partes interessadas. Nesse rol entram clientes e fornecedores, que são devidamente informados sobre as medidas implementadas, tranquilizando-os sobre a segurança dos seus dados.

Uma vez com o ataque detido e uma investigação detalhada das causas, bem como das vulnerabilidades que expuseram o banco à ação dos cibercriminosos, a equipe de TI implanta melhorias e ferramentas complementares de segurança nos sistemas da instituição. Adicionalmente, esses profissionais também analisam o que aprenderam com a situação a fim de estarem mais preparados para ameaças futuras. 

Principais benefícios da resiliência cibernética

Entre as principais vantagens de as organizações investirem em uma estratégia de resiliência cibernética estão:

  • Rápido restabelecimento após um ataque cibernético, já que se torna mais fácil identificar e responder às ameaças; 
  • Continuidade das operações, sem interrupção dos negócios;
  • Diminuição de prejuízos financeiros atrelados a eventuais incidentes cibernéticos;
  • Conformidade com as regulamentações relacionadas à segurança das informações, a exemplo da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
  • Credibilidade perante clientes e parceiros comerciais, afinal, a confiança fortalece ainda mais as relações; e, finalmente
  • A melhoria contínua da segurança digital, pois a resiliência cibernética promove a constante avaliação e atualização de práticas e sistemas de segurança e a adoção de novas tecnologias.

Como desenvolver uma organização ciberneticamente resiliente

A construção de uma organização ciberneticamente resiliente, assim como a disseminação de uma cultura voltada para essa estratégia, está condicionada à introdução de alguns elementos-chave. A saber, cada um deles têm um papel essencial para atingir esse objetivo.

Primeiramente, é preciso criar o hábito de acompanhar e avaliar continuamente os riscos de ameaças cibernéticas, buscando identificar as vulnerabilidades que possam afetar a empresa e que impactos potenciais podem ocorrer em caso de ataque.

Em segundo lugar, ter um plano de resposta para eventuais incidentes. Aliás, é esse planejamento que define os procedimentos e protocolos que todos devem seguir em caso de uma ameaça concreta, auxiliando a minimizar os impactos e acelerar o restabelecimento das operações.

Na sequência, treinar não só os funcionários, mas também os parceiros comerciais, é mais um fator relevante na construção de uma metodologia de resiliência cibernética eficaz. Desse modo, ao conhecerem as melhores táticas de segurança cibernética, eles saberão identificar e reportar movimentações suspeitas e assim manterem os dados seguros.

Finalmente, aplicar testes recorrentes de segurança, envolvendo simulações de ataques cibernéticos e, a partir das informações obtidas, corrigir possíveis brechas que possam facilitar a ação dos cibercriminosos e comprometer dados sigilosos e cruciais para o funcionamento dos negócios.

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