Empoderamento econômico: o que é e por que ele é o caminho para uma sociedade mais próspera e inclusiva

Com o empoderamento econômico, além de ter suas necessidades básicas de subsistência atendidas, as pessoas se tornam mais produtivas, realizadas e totalmente capacitadas para fazer escolhas sobre suas vidas.
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Equipe Propague
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Não é de hoje que a redução das desigualdades fomenta políticas econômicas e sociais ao redor do mundo. Porém, além da diminuição da pobreza e do atendimento às necessidades básicas dos indivíduos, quando se fala em uma sociedade mais inclusiva, sobretudo economicamente, o debate deve ir mais longe, alcançando uma abordagem mais ampla, aonde o conceito de empoderamento econômico ganha tração.

Segundo o McKinsey Global Institute (MGI), embora o empoderamento econômico seja um conceito relacionado à redução da pobreza e à inclusão econômica, ele está um passo além. 

Na verdade, essa condição significa ter os meios para pagar por nutrição, educação, assistência médica, moradia, água, saneamento e energia, mas também está condicionada ao fato de transpor o ponto em que as pessoas possam correr o risco de cair novamente na pobreza.

Para além disso, Liz Hilton Segel, diretora de clientes da McKinsey, avalia que, com o empoderamento econômico, as pessoas devem ser capazes ainda de começar a economizar dinheiro.

Quem são os economicamente excluídos?

De acordo com o MGI, tomando como base o parâmetro PPP (sigla em inglês para paridade de poder de compra) de US$ 12 por dia, cerca de 4,7 bilhões de pessoas no mundo não são economicamente capacitadas — isso é cerca de 60% da população global -, estando longe, portanto, de alcançarem uma situação de empoderamento econômico. 

Aqui vale destacar que o PPP é uma métrica global que compara os padrões de vida em diferentes países e pode ajudar a garantir um conjunto de necessidades humanas que vão além da subsistência básica.

Nesse cenário, 4,4 bilhões de pessoas economicamente excluídas vivem em países de baixa e média renda, com quase metade delas sendo encontradas na África Subsaariana e na Índia. 

Entretanto, mais de 300 milhões de pessoas em países de alta renda também se enquadram nessa categoria, incluindo pouco mais de um quarto da população nos Estados Unidos, na União Europeia e no Reino Unido. 

O fato é que, segundo o MGI, embora as pessoas nessas regiões normalmente não experimentem a mesma privação que as pessoas abaixo da linha de inclusão econômica em países de baixa renda, algumas de suas necessidades essenciais permanecem não atendidas. Até porque, mesmo vivendo de salário em salário, em um apartamento básico com acesso a transporte e um telefone celular, sobra pouco para economizar para emergências ou aposentadoria.

E mais: aqueles sem acesso a cuidados de saúde disponíveis e confiáveis ​​também sofrem exclusão econômica.

É possível impulsionar o crescimento sustentável, promover a inclusão e elevar a população global ao empoderamento econômico?

Para o MGI, os recursos necessários para elevar a população global ao empoderamento econômico até 2050 equivalem a cerca de 8% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial a cada ano, em média, durante o restante da década atual. 

Nesse contexto, metade desse valor deveria ser destinado a mais gastos com alternativas de baixa emissão de carbono, correspondendo a US$ 41 trilhões de 2023 a 2030. 

Já do lado do empoderamento econômico, as 4,7 bilhões de pessoas economicamente excluídas precisariam de um aumento coletivo no poder de compra da ordem de US$ 37 trilhões antes de 2030, para poderem atender além de suas necessidades essenciais.

Porém, expõe o MGI, os requisitos variam de acordo com a região. Por exemplo, as nações de baixa e média renda respondem ​​por 80% da lacuna de empoderamento econômico do mundo. 

Ao passo que as economias avançadas têm lacunas de empoderamento econômico menores para fechar, mas emissões de carbono mais altas, o que torna esse processo extremamente desafiador. Já muitos países de renda média enfrentam lacunas em ambas as frentes.

Feitos corretamente, destaca o MGI, os três objetivos de sustentabilidade, inclusão e crescimento podem ser uma combinação auto reforçadora para o empoderamento econômico. 

Afinal, o crescimento apoia a inclusão criando empregos significativos, aumentando a renda e gerando maior apoio para políticas favoráveis ​​ao trabalho.

Ao mesmo tempo, o crescimento permite a sustentabilidade, aumentando a capacidade de investimento e promovendo a tecnologia que reduz o custo da transição verde

Além disso, maior inclusão e sustentabilidade promovem o crescimento por meio de novas oportunidades de demanda e investimento e ganhos de produtividade a longo prazo.

Finalmente, a sustentabilidade reforça a inclusão e o crescimento por meio de dois benefícios transversais da transição energética: menores custos de energia a longo prazo e vidas mais resilientes e produtivas.

Qual o papel da produtividade nesse processo?

Ao abordar a inclusão econômica da população e o alcance do seu empoderamento econômico, o MGI é taxativo ao afirmar que ambos estão ligados à produtividade.

Isto porque, explica, a produtividade mede a quantidade de valor criado para cada hora trabalhada em uma sociedade. Dessa forma, quanto mais produtiva uma economia é, mais ela cresce — o que significa mais riqueza para todos. 

Na sequência, mais produtividade e crescimento econômico significam novos produtos, indústrias e modelos de negócios apoiados por inovações tecnológicas, bem como empregos com melhores remunerações. 

Nesse sentido, conforme a entidade, um aumento global de produtividade de aproximadamente um ponto percentual anualmente, bem como a qualificação de 10% da força de trabalho para migrar para setores mais produtivos, poderia resolver até dois terços da lacuna de empoderamento econômico na próxima década. 

Contudo, essa qualificação depende de as empresas criarem empregos mais produtivos e equiparem os trabalhadores com as habilidades para fazê-los de forma eficaz.

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