Estudo conduzido pela PYMNTS Intelligence, a pedido do Google, revela que as carteiras digitais podem representar no futuro um mercado avaliado em mais de US$ 416 bilhões, refletindo, portanto, como esse método de pagamento vem se popularizando em todo o mundo.
Intitulada “Carteiras Digitais além das Transações Financeiras”, a pesquisa, que explora a conscientização, uso e percepções do consumidor sobre essas plataformas em diversos países, descobriu que elas se tornaram onipresentes em grandes mercados globais, a exemplo da Alemanha, Brasil, Estados Unidos, França e Reino Unido, onde, em média, nove em cada dez pessoas afirmam estar familiarizadas com a ferramenta.
Especificamente no Brasil, a taxa de familiaridade é significativamente elevada, com menos de 8% dos consumidores locais relatando que não sabem o que são carteiras digitais. Índice bem inferior do que o da França, onde o número é de quase 25%, e da Alemanha, que registra 19%.
Contudo, apesar da alta popularidade das carteiras digitais, por outro lado, a publicação também identificou que boa parte dos usuários têm dificuldade em distingui-las de outras plataformas digitais.
Na verdade, apesar de os consumidores em todos os mercados contemplados no estudo conhecerem as principais carteiras em uso na atualidade, somente um em cada dez entrevistados conseguiu diferenciá-las com precisão de outras plataformas, como os aplicativos20 bancários.
E mais: que as carteiras digitais também têm utilidade para além de somente realizar pagamentos, atendendo a uma variedade de funções, incluindo o armazenamento de identidades digitais, cartões de transporte e de programas de fidelidade, cartões de embarque, ingressos para eventos e até mesmo chaves eletrônicas de hotel e de carros.
Conduzido entre 11 de janeiro e 5 de fevereiro de 2024, o estudo, lançado em setembro, considerou as respostas de aproximadamente 12.300 consumidores nos mercados citados.
Potencial segue inexplorado
Segundo a publicação, embora as pessoas se mostrem familiarizadas com as carteiras digitais, seu uso ainda está aquém das potencialidades, visto que os consumidores as têm adotado particularmente para compras e outros usos transacionais, revelando a pouca atenção ou o desconhecimento dos demais recursos.
Um dos casos que exemplifica a subutilização dessas carteiras é quanto ao armazenamento de credenciais digitais, como aquelas usadas para identificação ou para acessar transporte ou eventos. Enquanto 20% dos consumidores nos cinco países estudados costumam guardar credenciais em alguma plataforma digital, apenas 9% o fazem por meio das carteiras digitais.
Desse modo, a conclusão que se tem é que ainda há muito espaço para crescimento em todas elas, principalmente quando se trata de propósitos não transacionais.
Além disso, nuances nesses casos de uso e regiões revelam que alguns consumidores aprenderam a se apoiar em carteiras individuais em situações específicas. Portanto, para os provedores das principais carteiras digitais, pode ser o momento de promover e aprimorar esses recursos à medida que eles se popularizam mais amplamente com o público.
Como os consumidores brasileiros se relacionam com as carteiras digitais
Entre os cinco países analisados, o estudo descobriu que os brasileiros são mais propensos a utilizar as carteiras digitais para pagar contas e menos inclinados a usá-las para compras online.
Nesse cenário, menos de um terço (27%) dos consumidores no país as utilizaram para compras na internet no último ano, ao passo que em outros mercados as carteiras digitais são usadas principalmente para essa função. Enquanto isso, 47% dos entrevistados no Brasil usaram uma carteira digital para pagar contas em 2023.
Por outro lado, a publicação destaca um detalhe que diferencia os consumidores brasileiros dos demais: eles são mais predispostos do que seus equivalentes no exterior a usar carteiras digitais para fins não transacionais, como armazenar documentos pessoais ou identidades digitais. Tanto que 34% deles disseram que esperam usá-las para identificação nos próximos três anos.
Além disso, 77% das pessoas ouvidas afirmaram que se valeram de carteiras digitais no último ano para acessar eventos e serviços e para fins de identificação, ficando muito ou extremamente satisfeitas com a experiência.
Conforme a publicação, oito em cada dez usuários brasileiros verificaram suas identidades no último ano, principalmente para operações bancárias, recebimento de entregas e realização de exames.
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