Futuro das fintechs: o que se prevê para o setor em 2025

O novo ano chega com a promessa de transformações significativas para as startups financeiras, pautadas por avanços ainda maiores em IA, novos casos de uso da blockchain e agregação de dados ESG.
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Equipe Propague
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Sempre que um novo ano se inicia, especialistas e analistas de mercado colocam as cartas na mesa apresentando suas previsões para o setor em que atuam. Com relação às startups de finanças não é diferente, conforme análise recentemente divulgada pela plataforma Fintech Futures sobre o futuro das fintechs.

De acordo com a publicação, no geral, 2025 provavelmente será um ano marcado não só pela inovação, mas também pela adaptação, em que a integração tecnológica e a condução regulatória ditarão o sucesso das atividades.

Afinal, à medida que a tecnologia evolui e as preferências do consumidor mudam, a indústria de fintechs precisa estar constantemente se adaptando se deseja ficar à frente.

Desse modo, segundo a plataforma, o futuro das fintechs será pautado principalmente pelo avanço acelerado da inteligência artificial (IA), pelo desenvolvimento da blockchain e por uma maior agregação de dados ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança).

Na avaliação dos especialistas consultados, a IA continuará aprimorando a tomada de decisões e a eficiência operacional das empresas, enquanto o crescimento da tecnologia blockchain verá o surgimento de novos casos de uso de pagamentos internacionais em todos os setores.

Enquanto isso, neste novo ano a tendência é que se procure alcançar maior padronização nos processos de relatórios ESG, o que deverá vir acompanhado com foco regulatório mais significativo na transparência de dados.

Como a IA poderá impactar ainda mais as finanças

Ao apontar como espera que seja o futuro das fintechs, Joseph Lo, chefe de plataformas empresariais na Broadridge, disse à Fintech Futures que 2025 ficará marcado como o ano em que a IA se moverá além do texto para se tornar de fato multimodal, incorporando imagens, vídeos, sons e até mesmo interações físicas por meio da robótica.

Nesse sentido, ele prevê que essa tecnologia começará a agir em nome dos usuários, tomando decisões e simplificando tarefas complexas, mudando fundamentalmente a forma como eles interagem com computadores e demais dispositivos. 

E mais: “Tudo isso acontecerá enquanto as empresas globalmente colocarão uma ênfase ainda maior na confiança e no papel das novas regulamentações surgindo em todo o mundo”, enfatizou.

Com o que concorda Dora Grant, diretora de risco do banco digital britânico Griffin, que disse que o foco dos reguladores na IA se intensificará, com a tecnologia atraindo maior escrutínio, particularmente em torno de justiça, transparência e segurança.

Ecoando esse pensamento, Rui Dos Ramos, engenheiro sênior de soluções na regtech financeira Fusion Risk Management, avaliou que a ênfase em torno da IA recairá cada vez mais sobre as habilidades de as empresas revelarem estruturas de controle robustas e práticas de avaliação de riscos que acompanhem o ritmo das ameaças em desenvolvimento.

Blockchain, stablecoins e o futuro das fintechs

Ainda sobre as previsões em torno do futuro das fintechs, Chloe Mayenobe, presidente da empresa de infraestrutura de pagamentos B2B Thunes, disse à Fintech Futures que embora em 2024 se tenha observado alguma adoção da blockchain e do uso ainda que tímido das stablecoins no setor financeiro, em especial nos pagamentos transfronteiriços, ela acredita que 2025 represente um ponto de inflexão no uso das moedas digitais estáveis, redefinindo como empresas e indivíduos movimentam dinheiro internacionalmente.

Nesse sentido, argumenta Sean Forward, gerente de negócios e moeda digital no ClearBank, esse movimento poderá ser alcançado em breve. Porém, acrescentou que para que isso aconteça e se perceba os benefícios que as stablecoins podem trazer para os pagamentos internacionais de atacado, será necessário que os bancos intervenham e forneçam a infraestrutura devida para apoiar esse processo.

“Caso contrário, os bancos correm o risco de serem marginalizados por empresas que criam impulso em pagamentos de varejo e buscam transferir essa experiência para os mercados de atacado”, pontuou.

Além do papel das stablecoins no futuro das fintechs, Nick Jones, CEO e fundador da plataforma de ativos digitais como serviço Zumo, lembrou que não se pode esquecer a crescente adoção da tecnologia blockchain por mais instituições financeiras, resultando em uma infinidade de outros casos de uso sendo desbloqueados em setores adjacentes.

Padronização e consolidação de dados ESG

Por fim, considerando a crescente ênfase na responsabilidade das empresas frente às mudanças climáticas, a publicação destaca que a necessidade de agregação de dados de mais qualidade para a confecção de relatórios ESG também está no horizonte futuro das fintechs.

Nesse processo, enquanto as estruturas regulatórias continuam a evoluir globalmente, Andrea Fritschi, diretora de investimentos da empresa suíça de capital de risco Tenity, chamou a atenção para o maior desafio a ser superado em 2025: a qualidade e a padronização dos dados.

Ela acredita que a pressa em estabelecer padrões de relatórios climáticos atingirá um gargalo tecnológico crítico nesse ano, o que levará ao surgimento de plataformas especializadas na “harmonização de dados”, buscando garantir consistência entre diferentes regiões e estruturas.

Conforme disse, até então, as empresas europeias seguem mais bem preparadas para liderar o desenvolvimento de soluções que podem lidar com relatórios complexos e multijurisdições, dada sua experiência com a crescente estrutura regulatória do continente, que inclui o Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis ​​(SFDR) da UE e a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD).

Contudo, conclui, o principal diferencial não será o conhecimento regulatório, mas a capacidade de fornecer dados ESG confiáveis ​​e consistentes em escala, capazes de garantir a perpetuação das atividades e consequentemente assegurar o futuro das fintechs, bem como de empresas de outros setores.

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