E-commerce evolui e se torna experiência global de compra

Diante do avanço do comércio eletrônico transfronteiriço, as empresas do setor devem obrigatoriamente entender os cenários de pagamento locais, os comportamentos dos clientes e o ambiente regulatório de cada mercado.
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Equipe Propague
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O comércio eletrônico não se resume mais a apenas vender. Depois de transpor fronteiras, o e-commerce tornou-se uma experiência genuinamente global, pautado pela hiperpersonalização, com a preferência do consumidor definindo o ritmo e a tecnologia fazendo isso acontecer.

Isto porque, com apenas alguns cliques, é possível pedir um produto de um comerciante em qualquer parte do mundo e recebê-lo em questão de dias, e durante a jornada de compras o cliente é atendido de todas as maneiras imagináveis. 

Além disso, cada interação no site ou aplicativo de e-commerce é analisada alavancando algoritmos de inteligência artificial e aprendizado de máquina, visando decodificar o comportamento do usuário, customizar recomendações e criar, por sua vez, uma experiência cada vez mais individualizada. 

E mais: o estágio de pagamento também é cuidadosamente otimizado para apresentar aos clientes opções com as quais eles estão familiarizados e que se alinhem com suas preferências.

Se não bastasse, ao final, essa jornada é aprimorada por programas de recompensas e fidelidade, aumentando ainda mais a retenção de clientes, incentivando-os a voltar.

É para esse cenário que aponta a edição inaugural do relatório “Global e-commerce – enfrentando desafios e expansão internacional com parcerias estratégicas”, recém-lançado pela plataforma The Paypers.

Como resultado, a projeção que se faz é de que o setor venha a alcançar valor global de mercado na casa de US$ 6,5 trilhões até 2029, frente US$ 4 trilhões em 2024, crescendo a uma taxa anual composta em torno de 9,5%, citando dados da Statista.

Ao mesmo tempo, segundo a mesma fonte, com o acesso à internet cada vez maior em países até então com baixo índice de penetração, o número de usuários provavelmente chegará a 3,6 bilhões até 2029, praticamente metade da população mundial atual, ampliando significativamente o potencial transfronteiriço do e-commerce.

O impulso vindo dos mercados em crescimento

O estudo também revela que os mercados em crescimento – abrangendo África, Ásia-Pacífico e América Latina – são os mais férteis para o avanço do e-commerce na atualidade.

Isto se justifica, expõe o relatório, pelo rápido desenvolvimento econômico dos países localizados nessas regiões, por eles contarem com uma classe média em expansão e pela alta penetração da Internet, resultando, portanto, nas condições perfeitas para as empresas interessadas em ampliar sua base de clientes. 

Enquanto isso, emenda, esses mercados também estão moldando a forma como os comerciantes que buscam se expandir além-fronteiras pensam sobre estratégias de localização, logística, regulamentações locais e experiência do cliente, em uma tentativa de se posicionar melhor para o sucesso em um cenário global de e-commerce em constante mudança. 

Para além disso, a publicação sinaliza ainda que as empresas do setor devem obrigatoriamente entender os cenários de pagamento locais, os comportamentos dos clientes e o ambiente regulatório de cada mercado, e é por isso que se manter informado e estabelecer parcerias com os provedores de soluções certos são etapas essenciais.

A importância da orquestração de pagamentos para o avanço do e-commerce transfronteiriço

Outro aspecto levantado pelo relatório é o gerenciamento das transações de pagamento, configurando-se como um dos maiores desafios para quem busca vender internacionalmente. 

Nesse sentido, conforme exposto, os comerciantes enfrentam uma batalha árdua, que vai desde atender a diversas preferências de pagamento em vários mercados e em moedas diferentes, a aderir a regulamentações internacionais e lidar com os riscos de fraude e segurança associados ao e-commerce transfronteiriço. 

Adicionalmente, o setor também se depara com um ecossistema de pagamentos altamente fragmentado, resultante do gerenciamento de vários provedores, gateways e processadores, adicionando mais complexidade.

Assim, para enfrentar esses desafios, a publicação destaca o papel da orquestração de pagamentos. Conforme disse, embora não seja uma tecnologia nova, ela está evoluindo para uma solução capaz de encarar essas questões, tornando-se uma ferramenta essencial para os comerciantes on-line. 

Isso é possível, explica, porque as camadas de orquestração se integram a vários provedores, permitindo que as empresas ofereçam métodos de pagamento específicos da região, ajudando-as a reduzir o abandono de carrinho e aumentar as taxas de conversão. 

Ao mesmo tempo, as soluções de orquestração de pagamentos podem endereçar dinamicamente as transações para o provedor de serviço mais adequado com base em fatores específicos, como taxas de sucesso e custos de transação, permitindo que os comerciantes aceitem pagamentos em moedas locais, enquanto também aderem a padrões de conformidade regionais e globais.

Ademais, com as fraudes sendo uma ameaça persistente para o e-commerce, algumas camadas de orquestração também incorporam tokenização proprietária, de rede ou ambas para proteger dados confidenciais das operações. 

Ao passo que o roteamento inteligente pode implementar medidas de detecção de fraudes específicas da região, identificando padrões comuns de ameaças, com alguns orquestradores de pagamentos oferecendo ainda serviços adicionais de prevenção, permitindo que as empresas escalem internacionalmente sem comprometer a segurança ou a confiança do cliente. 

Onde o Brasil se encaixa no comércio eletrônico internacional

Segundo o relatório, considerando os mercados em crescimento, o Brasil surge entre os seis mais promissores para o avanço do e-commerce transfronteiriço, sendo parte central desse mercado na América-Latina.

Citando dados da empresa global de inteligência de mercado PCMI, a publicação destaca que o país detém uma participação de 57% de todas as vendas na região em 2024, com 90% de penetração do e-commerce entre adultos e 96% de acesso a fintechs e serviços bancários. 

Nesse contexto, emenda, os principais métodos de pagamento no e-commerce são cartões de crédito nacionais, Pix, cartões de crédito internacionais, boletos bancários e carteiras digitais. No entanto, espera-se que o Pix se sobressaia e alcance a liderança, vindo a representar cerca de 44% do mercado de pagamentos on-line brasileiro até o final de 2025.

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