O Pix já está muito falado desde seu lançamento em novembro de 2020. Mas o Banco Central do Brasil não foi a única autoridade monetária a criar um sistema próprio de pagamentos instantâneos digitais. Iniciativas para facilitar transferências online têm muito a contribuir em economias emergentes, em que o uso do dinheiro em espécie ainda é bastante disseminado, associado à economia informal.
| Saiba o que é e como funciona Pix com nosso podcast aqui.
Paquistão lança sistema de pagamentos instantâneos
Em 11 de janeiro, o governo paquistanês lançou o Raast, um sistema de pagamentos digitais instantâneos que deverá ser implementado em três fases até o início de 2022. O projeto foi desenvolvido por meio da colaboração entre o Banco Central do Paquistão e a Bill & Melinda Gates Foundation, com apoio internacional do Banco Mundial, do governo do Reino Unido e das Nações Unidas.
Alguns sistemas de transferências digitais implementados pelo setor privado já operam no país, a exemplo do JazzCash, mas o Raast é inédito ao conectar o governo com as instituições financeiras.
Segundo reportou a Reuters, os principais objetivos do governo são reduzir o uso do dinheiro em espécie e aumentar o controle contra a corrupção e a sonegação fiscal. O projeto também busca impulsionar a inserção de mulheres na economia formal.
| Veja também: “O papel dos Bancos Centrais na era dos pagamentos digitais”.
Nigéria define estrutura para pagamentos eletrônicos com QR Code
O Banco Central da Nigéria (BCN) publicou o guia de referência que define normas para a criação de arranjos de pagamentos com QR Code. A medida visa estabelecer padrões adequados de segurança e eficiência em pagamentos eletrônicos seguindo as melhores práticas internacionais.
A estrutura também define os participantes do sistema e elenca as responsabilidades de cada um: lojistas, consumidores finais, emissores, adquirentes e provedores de serviços de pagamentos (PSPs). O destaque é a exigência de interoperabilidade completa entre os diferentes esquemas de QR Code.
O documento publicado recentemente faz parte de uma agenda mais ampla do Banco Central nigeriano de modernização do sistema de pagamentos para promover inovação e inclusão financeira – reunida em torno do projeto Payments System Vision 2020.
Também em janeiro deste ano, o BCN publicou um documento estipulando as regras para operações do sandbox regulatório. Trata-se de um modelo de regulação que permite que fintechs possam testar novos produtos e serviços financeiros em um ambiente controlado.
Com o sandbox regulatório, o BCN espera aumentar a competição no mercado financeiro, elevar o potencial inovativo dos negócios voltados à inclusão financeira e reduzir o tempo de colocação no mercado de novos serviços, soluções e processos, garantindo a proteção do consumidor e a segurança e estabilidade do sistema de pagamentos na Nigéria.