Em 2020, o Banco Central incluiu um novo pilar à Agenda BC#: o de sustentabilidade. O movimento do BCB segue a tendência internacional, motivada pela identificação de que a mudança climática não é só uma fonte de preocupação social e ambiental, mas um risco para a estabilidade financeira.
A agenda de sustentabilidade, no entanto, não está sendo apenas imposta de cima pelo BCB. O mercado já vem se adaptando, tendo havido crescimento exponencial das operações de crédito sustentável no Brasil, que foi de USD 549 milhões em todo 2015 para USD 9.5 bilhões apenas no primeiro semestre de 2021.
Na segunda edição da Carta Propague– relatório periódico para acompanhamentos e análises sobre tendências regulatórias para o sistema financeiro e mercado de pagamentos – olhamos para as agendas regulatórias de sustentabilidade e evolução do mercado de finanças sustentáveis, a fim de oferecer um panorama de tendências para o Brasil.
Como resultado, destacamos o aumento de disposições obrigatórias nos relatórios de divulgação já no curto prazo, o desenvolvimento de novas metodologias de testes de estresse que podem afetar as estratégias de captação de instituições financeiras no médio prazo e uma possível mudança no perfil dos instrumentos de dívida sustentável que favoreça Sustainability-Linked Loans frente aos Green Bonds.
Concluímos que, juntando tendências regulatórias e o crescimento do mercado com a necessidade de financiar a transição para uma economia de baixo carbono, há indícios de que práticas e finanças sustentáveis adotadas por empresas com foco em gerar retornos para a sociedade através da mitigação da mudança climática não são incompatíveis com retornos financeiros e podem representar oportunidades.
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