Tecnologia financeira: o que é, principais aplicações e perspectivas

O setor financeiro é um dos que mais se beneficiam pelas inovações tecnológicas. Nesse contexto, conjuntos de ferramentas surgiram com a proposta de melhorar e automatizar a oferta dos serviços financeiros no meio digital.
Tecnologia financeira: o que é, principais aplicações e perspectivas
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Equipe Propague
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Pagamentos, transferências, pedidos de empréstimos, contratação de seguros e operações de câmbio, por exemplo, são apenas alguns dos muitos serviços ofertados pelas instituições financeiras que já podem ser realizados de forma remota, ou seja, através de um aplicativo instalado em um dispositivo móvel ou desktop. E a variedade de transações possíveis cresce ano após ano com o desenvolvimento e a evolução da tecnologia financeira.

De fato, ao considerar como a tecnologia impactou a economia e o dia a dia das pessoas, o setor financeiro certamente está entre os que mais se beneficiaram pelas transformações tecnológicas. A tecnologia proporciona não só a comodidade de realizar transações sem precisar sair de casa de forma segura, rápida e menos burocrática, como também reduz a possibilidade de ocorrerem falhas.

Dessa forma, automação e digitalização dos serviços deixaram de ser apenas uma tendência para se tornar uma demanda cativa em meio às instituições financeiras e empresas correlatas. Principalmente tendo em vista que a movimentação de recursos financeiros é um processo bastante sensível e que requer agilidade, segurança e transparência.

O tema também ganha importância quando se olha para os resultados de pesquisas e estudos sobre o tema. A pesquisa da FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) sobre Tecnologia Bancária referente a 2021 revelou que os canais digitais (mobile banking e internet banking) já respondem por cerca de 70% das movimentações bancárias em todo o país.

Outro exemplo é o estudo da consultoria Serasa Experian, realizado no início de 2022, que aponta que, a nível global, 72% dos consumidores confiam nas carteiras digitais para realizar seus pagamentos. No Brasil, esse índice supera a média global, alcançando uma marca de 87%.

O que é tecnologia financeira?

A tecnologia financeira é usada para especificar as ferramentas tecnológicas que se propõem a melhorar e automatizar a oferta dos serviços financeiros. ​​Em sua essência, tem como objetivo ajudar instituições financeiras e empresas a gerenciarem melhor transações financeiras e ofertas de serviços para seus clientes e consumidores, utilizando softwares e aplicativos específicos disponíveis para computador e smartphones.

A evolução da tecnologia financeira possibilita a aplicação em diferentes setores para além de somente operações de pagamento. Nesse contexto, a tecnologia financeira inclui desde simples aplicativos de pagamentos até complexas redes blockchain, DeFi (finanças descentralizadas) e ativos digitais a exemplo das criptomoedas e CBDCs (sigla em inglês para moedas digitais de banco central).

Vale destacar também a presença das fintechs, como são conhecidas as empresas de base tecnológica que desenvolvem e entregam serviços financeiros, no movimento de inovação do ecossistema financeiro e na melhoria da oferta de serviços para os diferentes perfis de clientes.

Principais aplicações da tecnologia no setor financeiro

O mercado global de tecnologia financeira, especialmente com o surgimento das fintechs, experimentou um crescimento expressivo.

Para se ter uma ideia, o mais recente State of FinTech, estudo desenvolvido trimestralmente pelo Boston Consulting Group, revelou que no terceiro trimestre de 2021, os investimentos em empresas de tecnologia financeira saltaram 173% ante igual período de 2020.

Nesse cenário, a tecnologia financeira aparece como solução para diferentes demandas do setor e pode variar em diversas aplicações, segundo classificação da consultoria global KPMG. Entre as principais estão:

  • Análise de dados;
  • Finanças pessoais;
  • Blockchain;
  • Mercado de capitais;
  • Regulação;
  • Seguros;
  • Investimentos;
  • Mercado de crédito;
  • Financiamento colaborativo;
  • Funções de suporte corporativo;
  • Banco digital;
  • Serviços de pagamentos;
  • Transferências internacionais;
  • Criptomoedas;
  • Educação e controle financeiro.

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Os três Ds da tecnologia financeira

O mercado global de tecnologia financeira é caracterizado por três quesitos-chaves:

1. Digitalização

A adoção rápida e generalizada de tecnologias digitais, impulsionada em grande parte pela onipresença dos smartphones, fornece a base de todas as ofertas de serviços financeiros. Basicamente, a digitalização está fundamentada em ferramentas como machine learning (aprendizagem de máquina), inteligência artificial, análise comportamental preditiva, marketing orientado a dados e tecnologia automatizada de atendimento ao cliente, como, por exemplo, os chatbots.

2. Descentralização

Ao desagregar serviços financeiros convencionais, como hipotecas, investimentos e empréstimos comerciais em ofertas individuais, a tecnologia financeira melhora o acesso a serviços financeiros. Habilitados pelas tecnologias digitais, consumidores e empresas podem contornar rotas tradicionais e obter de forma mais direta e rápida os serviços de que precisam. Isso ajuda a expandir a inclusão financeira, tornando os serviços financeiros mais acessíveis principalmente a pessoas que não possuem conta bancária.

3. Disrupção

As tecnologias digitais e os serviços descentralizados derrubaram a forma tradicional de acesso a produtos e serviços financeiros, o que nos leva ao terceiro “D”. A tecnologia financeira é um dos grandes disruptores do setor de serviços financeiros. Livres de processos burocráticos vinculados a grandes organizações, as startups de tecnologia financeira foram capazes de responder às mudanças no mercado com mais facilidade e impulsionar a inovação mais rapidamente e em maior escala.

O futuro da tecnologia financeira: 5G e Open Finance

Embora a tecnologia financeira tenha avançado a passos largos, dois fatores, em especial no Brasil, tendem a abrir novos horizontes para o setor e fomentar a ampliação das aplicações: a chegada do 5G e a implementação do Open Finance.

Em relação ao 5G, o desembarque dessa tecnologia nas telecomunicações deverá trazer muito mais velocidade e conexões mais estáveis, possibilitando o uso de novas ferramentas e oferecendo maior agilidade nas transações financeiras através de um dispositivo móvel.

Além disso, especialistas na área apontam que o 5G também deverá impulsionar a adoção da nuvem como ferramenta para armazenar dados, visto que seus atributos permitem que as instituições financeiras possam acessá-los remotamente nessa condição de forma bem mais veloz e segura.

Já quando se fala em Open Finance, a reciprocidade no compartilhamento dos dados entre as instituições participantes tende a ser uma grande aliada para as fintechs ganharem cada vez mais espaço no mercado, ampliando seu poder de atuação. Como consequência, mais canais passarão a oferecer serviços financeiros, levando ao que tem sido definido como Banking as a Service (BaaS), e tornando o mercado ainda mais competitivo. De toda forma, esse cenário abre espaço para novas oportunidades e variedades para melhor se adequar ao consumidor.

 

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