A mais recente pesquisa da consultoria Global Market Insights (GMI) traz projeções animadoras para o segmento de bancos digitais. Conforme o estudo, espera-se que as plataformas de serviços bancários digitais cresçam em todo mundo a uma taxa anual composta acima de 3% até 2032, devendo alcançar um mercado estimado de pouco mais de US$ 15 trilhões ao fim do período, ante US$ 10,9 trilhões em 2024.
Segundo a publicação, desde o advento dos primeiros bancos digitais, eles vêm desempenhando um papel crítico na melhoria dos serviços financeiros, acelerando processos e transações, assim como reduzindo custos operacionais em várias frentes, como no atendimento a clientes de varejo, coorporativos e às fintechs em geral.
Agora, ao experimentarem um crescimento substancial impulsionado por avanços tecnológicos, como a tokenização, biometria e blockchain, sua eficiência e segurança estão se fortalecendo, atendendo às necessidades em evolução.
Ao mesmo tempo, destaca a GMI, esse aumento na demanda dos bancos digitais reflete ainda uma tendência mais ampla em direção à modernização dos processos de pagamento, alimentando a adoção de plataformas de orquestração e contribuindo para o crescimento do mercado.
Além disso, a pesquisa também sinaliza a importância de uma estrutura regulatória capaz de criar um ambiente propício para inovação e investimentos, garantindo, dessa forma, segurança, transparência, eficiência às transações e a confiança do consumidor.
Entretanto, em meio a esse cenário positivo, a GMI chama a atenção para alguns desafios que os bancos digitais enfrentam. A saber, as crescentes ameaças cibernéticas, a complexidade regulatória entre as jurisdições e a transição entre métodos bancários tradicionais para as plataformas digitais, o que exige esforços contínuos na educação da base de clientes.
Varejo é o segmento de maior expansão
Dos segmentos que categorizam o setor bancário – varejo, corporativo e investimentos -, o primeiro é o que mais deve evoluir até 2032 entre os bancos digitais, de acordo com a pesquisa da GMI. A estimativa é de que chegue a quase US$ 10 trilhões em valor.
Esse segmento abrange serviços personalizados para consumidores individuais, como contas de poupança, empréstimos pessoais e cartões de crédito.
Segundo a publicação, o varejo detém a maior participação de mercado devido ao grande volume de clientes inseridos nessa categoria, dependendo diariamente de produtos e serviços financeiros específicos para suas demandas.
Por essa razão, os bancos de varejo focam, principalmente, em acessibilidade, conveniência e experiências personalizadas para o cliente, gerando receita significativa para as instituições por meio de taxas de serviços e cobrança de juros.
No que diz respeito aos serviços, existe uma divisão em serviços transacionais e não transacionais. Segundo o estudo, ao final de 2023, o segmento de serviços transacionais detinha uma grande fatia de mercado de cerca de 82%.
Afinal, no âmbito dos bancos digitais, expõe a publicação, eles são essenciais para facilitar as necessidades financeiras imediatas. Por exemplo, depósitos e saques em dinheiro fornecem acesso conveniente a fundos, reduzindo a dependência de agências físicas. As transferências de fundos permitem movimentação rápida e segura de dinheiro entre contas e fronteiras.
Paralelamente, serviços automatizados, como débito e crédito automático, agilizam pagamentos recorrentes, garantindo transações pontuais sem intervenção manual.
E mais: os processos de empréstimos digitais oferecem aplicações simplificadas e aprovações mais rápidas, aumentando a acessibilidade ao crédito.
Portanto, a prestação de todos esses serviços coletivamente e de forma digital impulsionam a procura pelos bancos digitais ao aumentar a eficiência e a conveniência para os usuários.
Panorama do mercado de bancos digitais por região
Geograficamente falando, a publicação chama a atenção para o fato de a Ásia-Pacífico vir dominando o mercado global de bancos digitais, concentrando praticamente uma fatia de 70%. Essa representatividade pode ser atribuída não apenas à sua base populacional em expansão, mas também à ampla conectividade com a internet.
Aliás, a pesquisa destaca que países como China, Índia e Indonésia estão na vanguarda dessa transformação. Por exemplo, na China, plataformas de pagamento móvel se tornaram parte integrante das transações diárias, desde a compra de bens até o pagamento de contas de serviços públicos.
Enquanto isso, na Índia, sistemas de pagamento digital são populares, oferecendo soluções convenientes para transferências conta a conta e compras online. Da mesma forma, na Indonésia, os aplicativos de serviços bancários móveis são amplamente utilizados.
Já nas Américas, a implementação de medidas robustas de segurança cibernética, incluindo criptografia, autenticação multifator e monitoramento em tempo real para proteger os dados dos clientes, é o que fomenta a demanda por bancos digitais. Sem revelar números, o estudo ressalta países como Argentina, Brasil, Canadá, Estados Unidos e México.
Ao passo que na Europa, o mercado de bancos digitais se caracteriza pela adoção significativa de tecnologias avançadas para melhorar a experiência do cliente e a eficiência operacional, integrando o atendimento ao consumidor orientado por inteligência artificial, autenticação biométrica e plataformas baseadas em nuvem.
Na avaliação da GMI, tais inovações tanto agilizam os processos bancários, como garantem a conformidade com padrões regulatórios rigorosos, como a PSD3 (sigla em inglês para a terceira versão da Diretiva de Serviços de Pagamentos) e a Regulação Geral de Proteção de Dados em vigor no continente.
Por fim, vem África e Oriente Médio, onde a publicação aponta como expoentes no cenário global de bancos digitais a África do Sul, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.
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