BIS Innovation Hub foca em ferramentas de IA para supervisão e finanças verdes em 2025

As iniciativas fazem parte do programa de trabalho anual da entidade, que funciona como um ponto focal em inovação para bancos centrais em todo o mundo.
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Equipe Propague
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O BIS Innovation Hub, centro de inovação do Banco de Compensações Internacionais (BIS na sigla em inglês), vai explorar duas novas ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA) para dar suporte a atividades de supervisão e finanças verdes em 2025.

Os dois projetos fazem parte do programa de trabalho para o biênio 2025-2026, lançado em 14 de janeiro, por meio do qual a entidade também pretende identificar sinergias com o portfólio de projetos existente.

Em comunicado, o BIS Innovation Hub disse que a agenda atual reflete o início de uma fase mais madura do centro de inovação após marcar seu quinto aniversário, com sete centros operando em todo o mundo, 31 projetos concluídos desde a sua fundação, em 2019, e outras 26 iniciativas em andamento.

Isso porque, além dos dois novos experimentos anunciados, o BIS Innovation Hub também contabiliza nessa conta os 24 projetos iniciados em 2024.

Segundo Cecilia Skingsley, chefe do BIS Innovation Hub, a expectativa é de que a partir de agora se aprofunde ainda mais a colaboração em inovação tecnológica com os bancos centrais associados, ajudando-os a aproveitar a tecnologia para cumprir seu papel vital na manutenção da estabilidade econômica e financeira para o bem público.

Conforme disse, entre os destaques do programa de trabalho para 2025, está o aprimoramento dos recursos de varredura e acompanhamento do horizonte tecnológico global a fim de identificar tendências e desenvolvimentos em tecnologia financeira que possam ter um impacto significativo nos bancos centrais.

Ao mesmo tempo, acrescentou, o BIS Innovation Hub pretende explorar sinergias entre diferentes projetos e temas, com foco no desenvolvimento de soluções para dar suporte às autoridades monetárias nacionais em suas principais responsabilidades de fornecimento de dinheiro, política monetária, infraestrutura de pagamentos, estabilidade financeira e regulamentação e supervisão.

Como o BIS Innovation Hub pretende explorar a IA nos novos projetos

Um dos dois projetos recém-lançados pelo BIS Innovation Hub é o Projeto AISE (sigla em inglês para Supervisão aperfeiçoada pela Inteligência Artificial), cuja proposta é desenvolver uma espécie de assistente virtual voltado para supervisores financeiros, que seja capaz de automatizar tarefas-chave da atividade e que também possa aprimorar a supervisão in loco.

Já a segunda iniciativa corresponde, na verdade, a uma nova etapa do Projeto Gaia, através da qual o BIS Innovation Hub busca aprimorar uma prova de conceito já desenvolvida sobre o uso específico da IA para análise de risco relacionada ao clima, estendendo-a agora para outros casos de uso dentro e além do escopo das finanças verdes.

Ao lado do anúncio dessas duas novas ferramentas, a atualização do plano de trabalho para 2025 e 2026 destaca ainda a importância de continuidade do Projeto Agorá, principal iniciativa de  tokenização internacional lançada em 2024. 

A saber, o Agorá envolve sete dos bancos centrais mais engajados tecnologicamente da atualidade, que juntamente com 41 empresas de serviços financeiros vem explorando como a tokenização pode aprimorar o funcionamento dos pagamentos transfronteiriços de atacado. 

Aliás, esse é o maior e mais complexo projeto do BIS Innovation Hub em relação a escopo geográfico e número de participantes. A expectativa é de que um relatório com os resultados seja publicado até o final de 2025.

Para além da prova de conceito

No comunicado sobre seu programa de trabalho atualizado, o BIS Innovation Hub também adiantou que, esse ano, dois projetos significativos do seu portfólio serão entregues aos bancos centrais participantes.

O primeiro deles é o Projeto Nexus, focado em padronizar a maneira como os sistemas de pagamento instantâneo de diferentes países podem se conectar, ajudando os bancos centrais parceiros a implementar a inovação junto com os provedores de pagamento em tempo real de seus países.

O outro é o Projeto mBridge, que construiu uma plataforma multi CBDC (sigla em inglês para moeda digital de banco central) utilizando tecnologia de razão distribuída (DLT), permitindo que bancos centrais e comerciais possam fazer pagamentos e liquidações transfronteiriços instantaneamente.

Segundo o BIS Innovation Hub, ambos os projetos atingiram o estágio de produto minimamente viável ainda no ano passado, podendo, portanto, serem repassados aos bancos centrais parceiros.

Como reflexo, o centro de inovação do BIS afirma que esses e outros projetos mais avançados revelam-se promissores para implantação além do trabalho conceitual realizado pela entidade. Contudo, ressalva que a implementação é, em última análise, uma decisão dos bancos centrais envolvidos.

Veja também:

Agenda de trabalho do BIS Innovation Hub: um termômetro para as tendências de inovação financeira

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