Sustentabilidade cresce em prioridade e empresas buscam avaliar o impacto de seus negócios

Entre todas as partes do globo, as Américas largam na frente, com os CEOs das empresas operante na região revelando-se, hoje em dia, mais atentos às práticas ESG do que há 12 meses.
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Equipe Propague
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Uma nova pesquisa assinada pela consultoria EY revela que a sustentabilidade cresceu em prioridade entre gestores em todo o mundo, especialmente nas empresas em operação nas Américas.

Ao divulgar a publicação, a Agência EY destacou que os executivos da região demonstram uma preocupação acima da média global com a descarbonização dos seus negócios e o impacto das operações no meio ambiente e na sociedade.

Intitulado CEO Outlook Pulse, a nova edição do estudo aponta que seis em cada dez executivos das Américas (62%) colocam a sustentabilidade em um grau de relevância superior ao que consideravam há 12 meses.

Para 22% dos CEOs entrevistados na região, o tema mantém igual nível de importância no confronto com um ano atrás. 

Por outro lado, 14% deles afirmam que o interesse na sustentabilidade recuou no período. Na avaliação dessa parcela da amostra, isso se justifica por conta das dificuldades econômicas e da situação financeira enfrentada.

Com periodicidade trimestral, a publicação ouviu 1,2 mil CEOs em todo o mundo, incluindo o Brasil, com perguntas variadas sobre seus negócios. Além da sustentabilidade, também foram colocadas questões sobre investimentos, alocação de capital e estratégias de desenvolvimento em um cenário econômico em rápida transformação. 

A saber, a nova edição do estudo incluiu ainda entrevistas com cerca de 300 investidores institucionais, considerando suas percepções sobre os setores nos quais eles alocam seus recursos.

Envolvimento governamental é incentivo para a sustentabilidade

O estudo também destaca que os executivos e investidores operantes nas Américas evidenciaram que o comprometimento governamental é crucial quando se trata de sustentabilidade. 

Nesse sentido, cerca de 50% dos CEOs ouvidos avaliam que já existe um envolvimento significativo de legisladores e reguladores atuantes na região na busca por incorporar as demandas que eles têm relacionadas aos setores em que atuam. Já em meio aos investidores, a pesquisa indicou que 35% têm o mesmo sentimento. 

Enquanto isso, aproximadamente 45% dos gestores classificam o engajamento das autoridades como moderado e 57% dos investidores têm igual percepção. 

Na outra ponta, apenas 5% dos executivos e 7% dos investidores apontam como muito pequeno o envolvimento por parte do governo quando o assunto é sustentabilidade. 

Ainda de acordo com a publicação, existe um concesso entre CEOs e investidores de que os incentivos governamentais se configuram como um instrumento muito mais eficaz do que as sanções, se o objetivo é fazer com que as organizações aumentem suas ações para reduzir as emissões de carbono

Aliás, eles afirmam que esperam mais incentivos dos governos para promover a adoção das tecnologias verdes emergentes, pois o apoio político em relação às energias renováveis pode criar oportunidades únicas para a indústria de energia incentivar a demanda, acelerando, assim, a descarbonização da economia.

Tanto que para os executivos entrevistados, os investimentos do governo em infraestruturas para combater os efeitos das mudanças climáticas, como o uso eficiente e racional de água (com 49% das respostas) e a promoção da transição energética (52%), são questões prioritárias. 

Ao passo que os gastos governamentais em infraestruturas de tecnologia e comunicação e infraestruturas de serviço público, receberam, respectivamente, o apoio de 33% e 21% dos CEOs ouvidos pela pesquisa quando se fala em sustentabilidade.

Impactos na sociedade e no meio ambiente

Com a sustentabilidade crescendo em prioridade entre as organizações, estas também se mostram cada vez mais atentas em mensurar os impactos causados por suas atividades. É o que destaca Guilherme Esquivel, sócio de Estratégia de Serviços Financeiros da EY-Parthenon.

Em entrevista à Agência EY, ele explicou que tais impactos são classificados no jargão econômico como externalidades, podendo ser tanto positivos como negativos, sendo o maior desafio para as empresas saber quantificá-los corretamente, inclusive sob a ótica financeira, levando em conta as complexidades econômicas envolvidas nas relações com investidores.

Nesse sentido, Esquivel alerta sobre a importância de adotar um método de análise mais abrangente, capaz de contemplar todas as categorias de externalidades geradas pelos negócios para o meio ambiente e a sociedade. 

Conforme disse, faz-se necessário identificar que tipos de externalidades os investimentos estão produzindo e procurar aumentar os impactos positivos e diminuir os negativos.

Em outras palavras, emenda, o que se pretende é analisar se existem mais vantagens do que desvantagens na realização de um investimento, bem como se o seu potencial pode ser superior ante outros investimentos, considerando para isso as formas de obter ganhos ambientais, econômicos e sociais.

Somente dessa forma, Esquivel avalia ser possível saber se as externalidades estão em linha com os princípios de sustentabilidade estabelecidos pelas empresas.  É esse trabalho, segundo ele, que vai conferir materialidade às ações e projetos em ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) empreendidos pelas organizações, evitando, assim, o risco de greenwashing

 

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