Comércio social reverte-se em nova tendência de pagamento

Com cada vez mais pessoas ingressando e interagindo nas redes sociais, esse tipo de comércio ganha força, mudando radicalmente a forma como os consumidores encontram produtos, compram e pagam online.
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Equipe Propague
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A popularidade e o alcance das redes sociais não só ajudaram a conectar pessoas, como também proporcionaram maior proximidade entre indivíduos e marcas, estreitando essa relação a ponto de fazê-los adquirir produtos e serviços por meio dessas plataformas, resultando no que vem sendo chamado de comércio social.

Atributos como conveniência e facilidade fizeram com que o comércio social acabasse reformulando o modo como os consumidores encontram produtos e compram online, escrevendo um novo capítulo para o comércio eletrônico em todo o mundo.

Nesse contexto, Irene Skrynova, diretora de Atendimento ao Cliente da Unlimit, fintech global com foco em serviços financeiros, aponta que o comércio social já está sendo explorado como uma nova tendência de pagamento, configurando-se como um método de compra popular.

Em artigo publicado na plataforma The Paypeers, ela destaca que a convergência das redes sociais com o comércio eletrônico encontrou nos consumidores da geração Y, Z e Alfa um campo fértil, afinal é onde esses grupos mais gostam de passar seu tempo livre.

Segundo Skrynova, ao atender às necessidades e preferências em constante evolução dos consumidores modernos, o comércio social cresce a passos largos, reposicionando as redes sociais como mercados onde os consumidores não precisam sair do aplicativo para concluir uma transação.

Esse novo espaço de compra, explica, permite que os usuários confiram avaliações, assistam a demonstrações, inclusive ao vivo, façam perguntas e concluam suas compras, tudo dentro do mesmo local. 

Dessa forma, expõe a executiva, esse processo simplificado elimina o atrito de alternar entre várias plataformas, tornando as compras mais eficientes e agradáveis, com os consumidores podendo pagar por produtos e serviços das marcas que lhes convém sem sair da aplicação em que se encontram.

Novo patamar para o comércio social

De acordo com Skrynova, com os pagamentos atrelados às redes, o comércio social sobe de nível, à medida que livra os consumidores de experiências de checkout “quebradas”, ou seja, por meio das quais os compradores são redirecionados para o site do comerciante para concluir uma compra.

Em vez disso, emenda, diante da possibilidade de comprar no mesmo aplicativo, as marcas podem oferecer pagamentos diretos, mantendo o processo de checkout simples, rápido e eficaz. Nesse sentido, ela menciona um estudo da consultoria Deloitte, mostrando que os pagamentos nas próprias redes sociais podem representar metade das transações de pagamento no comércio social até 2030, tornando-o um modelo dominante para comprar e pagar.

Ao lado da facilitação de pagamento, Skrynova coloca outros fatores por trás do sucesso do comércio social. Primeiramente, a modalidade oferece uma experiência mais personalizada. 

Conforme disse, os algoritmos analisam o comportamento do usuário para recomendar produtos relevantes, enquanto os consumidores podem interagir diretamente com as marcas, aumentando o engajamento e a satisfação. Portanto, segundo ela, um nível de personalização que não está disponível no comércio eletrônico tradicional, onde as interações são frequentemente limitadas e menos personalizadas.

Ainda conforme a executiva, a confiança é outro elemento crítico que impulsiona o comércio social. Para ela, o conteúdo gerado pelo usuário, a cultura do influenciador e um forte senso de comunidade contribuem para a credibilidade de produtos e marcas. Assim, os consumidores se sentem mais confiantes ao comprar itens endossados ​​por pessoas que seguem e confiam. 

Oportunidade para as instituições de pagamento

Em sua análise, Skrynova chama a atenção para o fato de que, atualmente, existem mais de cinco bilhões de usuários de redes sociais em todo o mundo, o equivalente a 62,6% da população total. 

Desde 2023, acrescenta, 259 milhões de novos usuários se juntaram às plataformas, correspondendo a uma taxa média de 8,2 pessoas a cada segundo. 

Consequentemente, ela assinala que o crescimento da quantidade de indivíduos utilizando as redes e impulsionando o comércio social não só representam uma força disruptiva para o comércio eletrônico tradicional, como também abrem um leque de oportunidades para os provedores de serviços de pagamento.

Nesse cenário, emissores de cartão, administradoras, adquirentes e facilitadores de pagamento desempenham um papel fundamental na pavimentação do futuro das transações de comércio social.

Ao mesmo tempo, ela fala que as soluções lançadas pelas fintechs viabilizaram serviços financeiros para que as empresas se envolvam com públicos internacionalmente por meio de vários canais. 

Assim, Skrynova defende que para explorar o potencial do comércio social, as empresas devem integrar seus perfis nas redes com os métodos de pagamento certos. Em outras palavras, explica, isso significa oferecer soluções de pagamento que atendam às preferências locais, facilitando transações internacionais sem atrito. 

Como resultado, ao aprimorar os recursos de pagamento nas redes sociais, a executiva crê que as instituições de pagamento poderão oferecer experiências seguras e convenientes ao cliente, essenciais para o sucesso do comércio social. 

Para ela, os consumidores esperam a opção de pagar com métodos tradicionais e alternativos, incluindo carteiras digitais, BNPL (sigla em inglês para Compre agora, Pague depois) e até moedas digitais

Para atender a essas expectativas, Skrynova conta que as redes sociais estão cada vez mais fazendo parcerias com facilitadores de pagamento para integrar uma ampla gama de opções, garantindo soluções abrangentes e flexíveis.

O futuro do comércio social

Um estudo recente da Accenture aponta para a expectativa de que o comércio social avance rapidamente, na verdade, em uma velocidade três vezes maior do que o comércio eletrônico tradicional.

Até 2030, Skrynova sinaliza que a projeção é de que o comércio social global atinja cerca de US$ 8,54 trilhões, e quase seis bilhões de pessoas usarão as redes sociais até 2027. 

Com base nisso, afirma, pode-se esperar que essas plataformas ganhem ainda mais poder para concluir uma jornada de compra.

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