Oferecendo conveniência e a aceitação de diversos métodos de pagamento – onde além dos cartões, as carteiras digitais e o Pix facilitam a vida do consumidor -, o comércio eletrônico se consolidou em todo o país. Contudo, apesar dos números positivos, as compras online ainda experimentam alguns desafios.
É o que revela uma pesquisa recentemente publicada pela empresa de tecnologia Akamai, em que o abandono do carrinho de compras aparece como o maior gargalo para os lojistas.
Segundo o estudo, com impressionantes 77% de desistência, os consumidores não vêm concretizando suas compras online por se mostrarem insatisfeitos com a experiência oferecida pelos sites e aplicativos ou ainda por desconfiança sobre a idoneidade dos estabelecimentos.
Portanto, uma vez contornada, a alta taxa de desistência do carrinho de compras pelo brasileiro poderá se reverter e impulsionar cada vez mais o segmento, aumentando a receita do comércio eletrônico nacional.
Afinal, de acordo com a mesma pesquisa, 43% da população faz compras online pelo menos uma vez por semana, enquanto 74% realizam uma vez ao mês.
Além disso, só no primeiro semestre de 2024, o faturamento do segmento no Brasil cresceu quase 19% na comparação com igual período de 2023, atingindo mais de R$ 160 bilhões, conforme levantamento da NielsenIQ, uma das principais empresas globais em inteligência do consumidor.
O que leva ao abandono do carrinho de compras?
De acordo com o estudo da Akamai, entre os fatores que mais levam os brasileiros ao abandono do carrinho nas compras online estão, principalmente, a ausência de informações claras sobre os produtos ou ainda de imagens, com 24% dos consumidores ouvidos na pesquisa apresentando essa reclamação.
Ao mesmo tempo, 22% dos respondentes apontaram a falta de confiança nos meios de pagamentos aceitos pelos estabelecimentos, enquanto 21% reportaram a inexistência de selo de segurança no site, assim como 20% relataram lentidão ou falhas como motivo para abandonarem o carrinho ao efetuarem compras na internet.
Juntamente com esses motivos, a publicação identificou que dificuldades na utilização de dispositivos móveis, o que foi listado por 17% dos consumidores consultados, também resultam em desistência da transação.
Além disso, 14% se queixam por serem redirecionados para páginas externas ao site ou aplicativo para poder finalizar suas compras. Aliás, conforme o estudo, esse tipo de situação desperta desconfiança no consumidor.
Ademais, embora apresentando índices inferiores, problemas como cadastros extensos (13% das respostas) e o fato de o usuário não poder fazer login in usando as redes sociais como alternativa (9%) foram mencionados como um desestímulo para as compras online.
Privacidade e segurança seguem decisivos para as compras online
Mas os desafios enfrentados pelo comércio eletrônico no Brasil não se resumem à alta taxa de desistência do carrinho de compras. Segundo a pesquisa, tanto a segurança digital como a privacidade dos dados dos consumidores aparecem como fatores decisivos para a concretização das compras digitais.
Nesse sentido, 58% dos entrevistados consideram fundamental a segurança digital ao acessar sites e aplicativos de compras, tanto que só se sentem confiantes quando adquirem um produto no site oficial da marca ou da loja.
Paralelamente, 54% dos consumidores apontaram como fundamental ter a garantia de segurança nas compras com cartão. Na verdade, 40% responderam que não comprariam novamente em sites onde já se depararam com problemas com a segurança ou o vazamento de seus dados.
Isto porque, o maior receio é que aconteça o roubo de contas bancárias, com 35% das respostas, enquanto 31% das pessoas ouvidas na pesquisa citaram ter medo de ter o cartão clonado.
A saber, 93% dos consumidores temem que suas senhas sejam vazadas e 89% que o mesmo ocorra com o número do seu CPF.
Como resultado, para se sentirem mais seguros, 70% dos respondentes disseram que costumam consultar as políticas de segurança e privacidade antes de informarem seus dados em sites e aplicativos.
Além disso, 48% creem que as empresas online ainda não estão devidamente preparadas para lidar com as ameaças cibernéticas.
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