Juntamente com o Chile, a Colômbia, o México, a África do Sul, os Emirados Árabes Unidos, a Índia e Hong Kong, o Brasil compõe os oito mercados de maior crescimento do e-commerce no mundo, segundo mapeamento da Nuvei, fintech de pagamentos sediada no Canadá.
De acordo com o relatório “Guia para Mercados Globais de Alto Crescimento”, recém-lançado pela empresa, o crescimento do e-commerce nesses oito países deverá registrar, em conjunto, uma taxa média anual na casa dos 24% até 2027, totalizando um faturamento acima de US$ 164 bilhões.
Entretanto, em meio aos mercados em questão, quando se olha especificamente para o Brasil, o avanço tende a ser ainda maior, assinalando crescimento médio anual estimado em 28%, com o país puxando o crescimento do e-commerce na América do Sul no período analisado, à frente do Chile (15%) e Colômbia (14%).
Contudo, ampliando a análise para o cenário latino-americano, quem leva vantagem é o México, com crescimento médio anual projetado para o comércio eletrônico em 34%.
Por outro lado, considerando o faturamento do setor, o relatório identificou que o Brasil é que deverá manter a liderança em toda a América Latina até 2027, contabilizando US$ 51,2 bilhões, seguido pelo México, com US$ 47,4 bilhões.
Dessa forma, o Brasil e os demais mercados de alto crescimento do e-commerce se tornam cruciais, pois se configuram como os principais motores para o crescimento econômico global nos próximos anos, o que representa oportunidades financeiras para os comerciantes interessados em expandir seus negócios on-line além-fronteiras.
Contudo, apesar das circunstâncias favoráveis serem abundantes, existem desafios importantes para alavancar um negócio online para esses mercados. Por isso, a necessidade de se conhecer as características, tendências e o que leva a um maior crescimento do e-commerce nessas localidades, o que ajudará as empresas a implementarem estratégias eficazes de globalização.
O que vem impulsionando o crescimento do e-commerce nesses países
Apesar das diferenças entre eles, o maior crescimento do e-commerce nos oito mercados mapeados é motivado, sobretudo, pela diversificação dos métodos de pagamento, que abrange soluções que se adaptam às especificidades de cada localidade.
Conforme o relatório, esses países se encontram na vanguarda, protagonizando inovações como pagamentos instantâneos e tecnologias relacionadas às carteiras digitais.
Tomando como exemplo o Brasil, onde além da disponibilidade de produtos e serviços que atendam as preferências dos consumidores, acrescentar ao checkout métodos de pagamentos como o Pix, que em 2024 completa quatro anos e já é utilizado por aproximadamente 90% da população adulta, é fundamental para quem não quiser ficar em desvantagem em relação à concorrência.
O mesmo acontece nos outros países estudados, onde identificar, conhecer e ofertar meios de pagamento populares localmente é condição fundamental para o crescimento do e-commerce.
Ainda entre os fatores que impulsionam o crescimento do e-commerce nesses mercados, a publicação também aponta a ampliação da infraestrutura digital, expansão da população de classe média e o maior acesso dos consumidores à internet e a dispositivos móveis, em especial aos smartphones.
No caso do Brasil, dados recentes da pesquisa TIC Domicílios, comandada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, sinalizam que sete em cada oito residências brasileiras possuem acesso à Web.
Além disso, entre os brasileiros conectados, 73% acessam a internet por meio de redes móveis e sem fio, sendo que 60% dos usuários usam apenas o smartphone com esse objetivo.
Quanto ao número de smartphones atualmente em uso no país, já são mais de 258 milhões, o que se traduz a uma média superior a um aparelho por habitante, conforme levantamento do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGVcia).
Novas potências globais no comércio eletrônico
O relatório da Nuvei confirma o que outras pesquisas vêm atestando sobre a importância atual da América Latina e da Ásia para o comércio eletrônico global e como os países dessas regiões oferecem amplas possibilidades para os comerciantes que desejam ampliar sua presença online internacionalmente. Afinal, dos oito mercados mapeados pela companhia como de alto crescimento do e-commerce no mundo, seis são latino-americanos e asiáticos.
Segundo matéria publicada pelo Instituto Propague no início de 2024, em que especialistas como Guillaume Tournand, vice-presidente de crescimento para o comércio digital da Worldline, países latino-americanos – como Brasil e Chile – e asiáticos – a exemplo da China, Coreia do Sul, Índia e Turquia – estão revolucionando o ecommerce, redefinindo a narrativa do setor.
De acordo com ele, ao registrar taxas superiores às observadas em mercados historicamente estabelecidos, notadamente Estados Unidos e a Europa, a Ásia e a América Latina têm se revelado essenciais para o crescimento do ecommerce globalmente.
E assim como o relatório da Nuvei, Tournand também apontou que o acesso aprimorado à internet, principalmente por meio dos smartphones, bem como a adoção de sistemas de pagamentos locais e eficientes, vêm contribuindo para o crescimento do ecommerce nos países de ambas as regiões, simplificando e facilitando ainda as compras transfronteiriças.
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