Digitalização dos pagamentos avança mesmo com retomada das compras presenciais

Apesar de mais pessoas circulando, os pagamentos usando cartões e Pix seguem crescendo, aumentando a concorrência para o dinheiro em espécie.
Digitalização dos pagamentos avança mesmo com retomada das compras presenciais
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Equipe Propague
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Desde que a pandemia da Covid-19 começou, a importância da digitalização dos pagamentos nunca esteve tão em alta. Afinal, por conta das medidas de isolamento e distanciamento social, movimentar recursos financeiros digitalmente se tornou uma necessidade. Aliado a isso, a criação em grande escala de contas digitais, a fim de receber o auxílio emergencial do governo, foi mais um fator a contribuir nessa direção. Contudo, apesar de o dinheiro ainda ser o meio de pagamento mais utilizado pelo brasileiro, as pessoas estão cada vez mais usando Pix e cartões para pagar, mesmo com a retomada mais forte das compras presenciais.

É o que revela a nova edição do relatório Mercado de Pagamento em Dados do Instituto Propague, em parceria com o time de Economic Research da Stone. De acordo com a publicação, a digitalização foi o grande destaque do terceiro trimestre de 2021. “Mesmo diante da atual conjuntura econômica brasileira, os obstáculos, no entanto, não foram suficientes para frear o já destacado processo de digitalização dos pagamentos: quando precisam fazer pagamentos, as pessoas estão cada vez mais usando cartões e Pix”, afirma.

E isso acontece no momento em que se registrou um aumento de quase 12 pontos percentuais na mobilidade das pessoas, resultado facilitado pelo avanço da vacinação no Brasil, principalmente em lugares como cafés, restaurantes, shopping centers, cinemas e parques, locais onde o consumidor normalmente adquire produtos e serviços, expõe o relatório. Diante desse cenário de crescimento da preferência pelos pagamentos digitais, já há quem diga que, a tendência para o futuro é que alcancem a dianteira no mercado nacional.

O papel do Pix na digitalização

No processo de digitalização da economia brasileira que tem se refletido nos meios de pagamento, o Pix tem sido um dos principais destaques. Para se ter uma ideia do uso massificado dessa ferramenta, aponta o relatório Mercado de Pagamento em Dados o país já contabilizava quase 331 milhões de chaves ativas ao fim do terceiro trimestre de 2021, após apenas um ano de operação da modalidade. Com isso, foram registradas aproximadamente 2,9 bilhões de transações, totalizando cerca de R$ 1.565 bilhões em volume transacionado no período. Na comparação com o segundo trimestre de 2021, expõe o documento, o montante de recursos movimentado por meio do Pix cresceu mais de 40% no terceiro trimestre.

Além disso, o Pix também vem ganhando relevância para além de transações voltadas apenas para a transferência. Conforme o relatório, sua utilização também vem crescendo enquanto meio de pagamento usado por consumidores em estabelecimentos comerciais (P2B, na sigla em inglês). Considerando o somatório dos meses de julho, agosto e setembro de 2021, observa-se que o Pix atingiu cerca de R$ 138,8 bilhões em pagamentos feitos na modalidade. A cifra representa um salto de mais de 44% quando comparado com o segundo trimestre de 2021. Ao mesmo tempo, seu uso saiu de cerca de 6% de todo volume transacionado por meios de pagamento entre Boletos, Cartões e Pix P2B no mês de junho de 2021 para algo em torno de 7,35% no mês de setembro.

Leia também: Como funciona o Pix? Saiba tudo sobre o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central

Pagamentos via cartão reforçam a digitalização

Ao lado do Pix, os cartões – seja de débito, crédito ou pré-pago -, também são responsáveis pelo avanço da digitalização dos pagamentos no Brasil. Segundo o relatório, embora faça mais de uma década que a utilização do chamado dinheiro de plástico venha se consolidando no país, a adesão da população segue em crescimento.

Para se ter uma ideia, aponta a publicação, enquanto no segundo trimestre de 2021 a participação dos cartões no consumo das famílias foi de 48,7%, no trimestre seguinte essa fatia subiu para 51,5%. Vale lembrar que no início de 2018 o índice era de apenas 32,6%.

Ainda de acordo com o relatório, o avanço do uso de cartões como meio de pagamento também se confirma no volume transacionado. O valor subiu de R$ 612,7 bilhões para R$ 689,7 bilhões no confronto entre o segundo e o terceiro trimestres de 2021, o que equivale um acréscimo de 12,6%.

Abrindo esse valor por modalidade, expõe o documento, a modalidade de crédito saiu de um total de pouco mais de R$ 371 bilhões movimentados entre abril, maio e junho de 2021 para cerca de R$ 420 bilhões no somatório dos três meses seguintes, ou seja, um crescimento acima de 13%.

Enquanto isso, o volume na modalidade de débito, considerando a mesma base de comparação, foi de R$ 217,6 bilhões transacionados para R$ 237,7 bilhões, acréscimo de mais de 9%. Finalmente, a modalidade pré-paga foi a que apresentou a maior elevação em volume movimentado, alcançando quase R$ 32 bilhões no terceiro trimestre de 2021 ou 33% a mais que o trimestre anterior.

Também chama a atenção o fato de o brasileiro estar fazendo mais compras com cartões de forma não presencial e por aproximação. Segundo a publicação, os gastos não presenciais com cartões saíram de pouco mais de R$ 135 bilhões no segundo trimestre de 2021 para cerca de R$ 146,5 bilhões no terceiro trimestre – 8,4% a mais. Já os pagamentos por aproximação continuam em ritmo acelerado de crescimento. Em igual base de comparação, o avanço foi de aproximadamente 67,2%.

Confira ainda: Meios de pagamento no Brasil: avança o uso do cartão de crédito e débito

A contribuição do auxílio emergencial

Além de destacar os papéis do Pix e dos cartões no processo de digitalização dos pagamentos, a mais recente versão do relatório Mercado de Pagamento em Dados considera ainda a contribuição do auxílio emergencial pago pelo governo federal para diminuir os efeitos da pandemia sobre a economia brasileira. O auxílio emergencial contribuiu para o processo pelo fato de ser pago aos beneficiários necessariamente por meio de contas digitais, que muitos abriram justamente para recebê-lo. Desde maio de 2020, a política já movimentou cerca de R$ 59,4 bilhões desde maio de 2020. “Um número bastante considerável”, destaca o relatório.

Juntamente com esses recortes acerca da digitalização dos pagamentos durante o terceiro trimestre de 2021, a publicação traz ainda informações sobre a mobilidade e as vendas no varejo e no setor de serviços no período. Assim como aborda a competição no mercado de pagamentos com a abertura do mercado e crescimento das fintechs. Para ler o relatório completo basta clicar aqui.

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