Com um dos mercados mais digitalizados, bem como avançados no comércio eletrônico da América Latina, a projeção é de que o Brasil continue a progredir nos próximos anos. Consequentemente, isto traz muitas oportunidades tanto para as empresas que já operam como para aquelas que desejam ingressar no varejo online, com destaque para os provedores e prestadores de serviços na disponibilização de meios de pagamento.

Na verdade, não dá para dissociar um do outro. Afinal, um dos impulsionadores mais relevantes para o comércio eletrônico brasileiro tem sido o diversificado e atraente leque de opções de meios de pagamentos existentes no país.

Este contempla desde os tradicionais cartões de débito e de crédito, passando pelo crediário, agora repaginado através do Buy Now Pay Later (compre agora, pague depois na tradução direta), até chegar ao Pix e carteiras digitais, estes últimos em rápida ascensão.

Tudo isso em um cenário, apontam diversos especialistas, onde é importante considerar que o sucesso de um método de pagamento, e de uma ferramenta em específico, depende do contexto de cada região, considerando ainda adaptações à realidade do mercado.

Além do mais, eles afirmam que os novos meios de pagamentos acabam servindo de infraestrutura para outros, como no caso das carteiras digitais, que vêm fortalecendo mais ainda o mercado de cartões.

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O avanço dos pagamentos móveis

Quando se trata dos meios de pagamento preferidos pelos compradores online brasileiros, os pagamentos móveis representam 13% de todo o tráfego de comércio eletrônico no país, enquanto as transações efetuadas por meio de desktops respondem 87% do tráfego do setor.

Contudo, apesar da proporção de pagamentos móveis em comparação com pagamentos de desktop ser baixa, o valor das transações móveis aumentou mais de duas vezes (111%). Isso foi impulsionado principalmente pelo aumento do valor das transações domésticas, que cresceram 133%.

Os números fazem parte do ebook “Insights e tendências de comércio eletrônico no Brasil”, produzido pela plataforma The Paypers em associação com a ACI Worldwide.

De acordo com a publicação, todos esses progressos são a prova de que os ecossistemas de meios de pagamento e comércio eletrônico no Brasil estão passando por grandes mudanças e os players digitais devem estar atentos para aproveitar novas oportunidades nesse mercado.

Até porque, nesse contexto, meios de pagamento como o Buy Now Pay Later e as carteiras digitais ganharam popularidade no mercado brasileiro.

Conforme o estudo, no caso das carteiras digitais, uma das razões por trás do aumento de sua utilização é a preocupação dos brasileiros com fraudes direcionadas a cartões de crédito e de débito, o que os levou a optar por um método de pagamento que fornece apenas detalhes tokenizados dos cartões.

De todos os meios de pagamento, o cartão é o mais popular

De fato, apesar de a digitalização do sistema financeiro ter ampliado o leque de opções de meios de pagamento no Brasil, o cartão de crédito se mantém como o método mais comum.

Segundo um balanço recente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o uso do cartão aumentou quase 25% em 2022, tanto por meio da modalidade crédito quanto via cartão pré-pago.

O documento destaca que o valor transacionado pelos cartões chegou a cerca de R$ 3,3 trilhões no período, sendo R$ 2,1 bilhões o crédito (alta de 29%) e R$ 992 bilhões via débito (acréscimo de 7,4%). Ao passo que os cartões na modalidade pré-paga movimentaram em torno de R$ 228 bilhões, um salto de 94%.

Além do cenário já positivo, os cartões ainda encontraram nas carteiras digitais uma aliada.

Carteiras digitais crescem e promovem uso de cartões entre os meios de pagamento

As carteiras digitais são um método de pagamento que vêm ganhando espaço. De acordo com o Relatório Global de Pagamentos, recentemente publicado pelas empresas WorldPay e FIS, mostrando o atual cenário dos meios de pagamento, elas respondem por quase 50% do valor movimentado em todo o mundo no comércio eletrônico.

Já nos pontos de venda, a participação é de 32%, com os cartões de crédito e de débito mantendo alta representatividade, com 30% do montante transacionado.

Entretanto, o estudo destaca que a utilização dos cartões deverá avançar ainda mais através das carteiras digitais, bem como com uso do Buy Now, Pay Later, provando que muitos dos novos meios de pagamento servem de infraestrutura para outros.

Nesse contexto, expõe ainda o relatório, o Brasil é o maior expoente no continente latino-americano em se tratando da digitalização dos meios de pagamento. Essa liderança se deve principalmente à modalidade conta a conta, onde o uso do Pix é contemplado, embora os cartões ainda sejam a alternativa mais utilizada para fazer pagamentos. Nesse sentido, eles devem avançar 7% até 2026.

O comércio eletrônico local e as vias para as compras online

Além da diversidade de meios de pagamento, entre os fatores mais relevantes que impulsionam as compras online no Brasil também estão preços mais baratos, maior variedade de produtos, possibilidade de evitar lugares lotados e a maneira geral mais conveniente de comparar e escolher o que adquirir.

Por isso, conveniência é crucial para o consumidor online brasileiro e a vantagem mais valorizada das compras virtuais, conforme uma pesquisa da Statista realizada em 2022, é justamente a entrega direta em domicílio.

Já considerando as principais vias online para os varejistas no Brasil, tanto os mecanismos de busca quanto as redes sociais são as mais populares. No entanto, isso varia a depender do segmento de comércio eletrônico, onde os usuários preferem um ou outro.

Por exemplo, diz a pesquisa, móveis e eletrodomésticos são acessados principalmente por meio de mecanismos de busca, ao passo que moda e acessórios através das redes sociais.

De uma forma ou de outra, o comércio eletrônico segue sendo um setor promissor no país, cada vez mais impulsionado pelo avanço dos pagamentos digitais.

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