Um estudo recém-lançado pela EBANX, com base em informações do World Data Lab, empresa de dados sobre gastos e demografia, prevê uma aceleração significativa no número de novos consumidores, com mercados em crescimento na América Latina, África e Ásia oferecendo oportunidades substanciais de desenvolvimento.
Ao final de 2024, aponta a pesquisa, a estimativa é de que 109 milhões de pessoas em todo o mundo tenham se juntado à classe consumidora, com 70% oriundos dessas regiões.
No caso da América Latina, serão seis milhões de novos consumidores, com Brasil e México respondendo por mais de um milhão cada.
Conforme a publicação, o acréscimo de novos consumidores na região é bem inferior ao de países como Índia (35 milhões) e China (29 milhões), ou ainda do continente africano (10 milhões), mas que, no entanto, tem potencial para crescer mais de cinco vezes até 2030.
Nesse sentido, a projeção é de que a América Latina acrescente 32 milhões de novos consumidores ao mercado nos próximos seis anos.
Desse total, o Brasil representará a maior parcela, aproximadamente 41% ou 13 milhões de indivíduos. Na sequência, vem o México, com mais nove milhões; Argentina, com quatro milhões; e Peru e Colômbia, com mais três milhões cada.
Em contraste, emenda o estudo, em 2030, o volume de novos consumidores latino-americanos será maior do que a quantidade projetada para a Europa, o Canadá e os EUA juntos (26 milhões).
Na avaliação do estudo, o fato de a classe consumidora estar diminuindo na Europa e em certas partes da Ásia deve-se ao envelhecimento da população. As estimativas indicam declínios significativos até 2030, com o Japão estimando perder 3,6 milhões de consumidores e a Itália em torno de quase 500 mil.
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O que se observa, segundo a pesquisa, é que os avanços recentes em inclusão financeira, pagamentos digitais e a penetração do comércio eletrônico impulsionaram a América Latina em direção a um mercado crescente, complexo e maduro, oferecendo oportunidades significativas e amplo espaço para crescimento em número de novos consumidores e de receita.
O Brasil, com impressionantes US$ 275 bilhões contabilizados no comércio digital, o equivalente a mais da metade do valor transacionado pelo segmento em toda a região, destaca-se como uma força proeminente, o que o coloca como o quarto maior mercado global em número de compradores digitais.
Enquanto isso, México, Colômbia e Peru também estão emergindo como fortes concorrentes, exibindo taxas de crescimento anual da ordem de 30%.
Nesse cenário, outros fatores como a diversidade cultural da América Latina fazem ainda com que diferentes países dentro da região ofereçam oportunidades únicas para as marcas.
Comércio digital consolidado, mas com enorme potencial transfronteiriço
Com novos consumidores ingressando cada vez mais no mercado, a publicação relata que a penetração do comércio digital na América Latina alcança impressionantes 78%. De acordo com o estudo, isso se sustenta por um segmento que vale, atualmente, US$ 510 bilhões. Aliás, essa cifra representa um crescimento de US$ 100 bilhões em valor de mercado em apenas um ano.
E mais: a projeção é que, nos próximos dois anos, o comércio digital latino-americano quase dobrará de tamanho. Com isso, até 2026, o volume transacionado equivalerá a quase US$ 1 trilhão.
Dessa forma, aponta o estudo, com um número exponencial de compradores online, as marcas internacionais podem aproveitar a crescente demanda local por produtos globais e capitalizar essas oportunidades, alavancando o comércio digital na região, sobretudo, o comércio eletrônico transfronteiriço.
Como resultado, isso não apenas alimentará o crescimento das marcas, mas também colocará as empresas internacionais na vanguarda do cenário em constante expansão do comércio eletrônico latino-americano.
Cenário global dos gastos do consumidor
Olhando para o contexto internacional, a EBANX chama a atenção para a força motriz por trás do crescimento global do consumo. Segundo a análise, a Índia, que esse ano terá 35 milhões de novos consumidores, deverá ultrapassar US$ 5 trilhões em gastos do consumidor até 2034, acima dos atuais US$ 1,8 trilhão.
Isso resulta em um crescimento de 12% ao ano, três vezes maior do que a previsão para os EUA, de 4%, e mais de duas vezes acima do que a média global, que é de 5%.
Consequentemente, esse salto solidifica o protagonismo da Índia no mercado de consumo global, tornando-a a terceira maior economia do mundo considerando os gastos dos consumidores, atrás dos EUA e da China.
Na avaliação de porta-vozes da EBANX, recentemente, a Índia atingiu níveis recordes de inclusão financeira, com o país promovendo ativamente a adoção e o crescimento do setor online. Além disso, eles mencionaram que a projeção de crescimento para os gastos do consumidor na região deverá ser sentida em todos os setores do comércio digital.
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