Pagamentos por aproximação viram rotina: estratégias envolvem aplicabilidade e segurança

Pagamentos por aproximação estão se popularizando no Brasil com a tecnologia NFC, que torna as transações mais rápidas e seguras. O crescimento é evidente em diversos setores, incluindo comércio e transporte público, mas a segurança e a acessibilidade permanecem desafios importantes para sua ampla adoção.
Data
Autor
Stela Teles
Produto
Compartilhar

Em meio a novidades no mercado de meios de pagamentos, como aplicativos de celulares e a popularização do pix, os pagamentos por aproximação traçam caminho para o pódio de instrumentos financeiros favoritos dos brasileiros. Contudo, para impulsionar ainda mais a adesão ao contactless, o fortalecimento do sistema contra fraudes e a acessibilidade do serviço precisam convencer o consumidor brasileiro.

Os pagamentos por aproximação no Brasil

A tecnologia NFC, por trás dos pagamentos por aproximação, permite que aparelhos compartilhem dados quando estão próximos, realizando a transação. Entre a criação de carteiras digitais e uso como forma de pagamento das tarifas do transporte público, o contactless tem encontrado variadas aplicações para facilitar a rotina dos brasileiros.

É o que revelam os dados do Banco Central (BC) por meio das Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões, que apontam alta de 23,1% para 31,1% entre 2022 e 2023 nos pagamentos por aproximação com cartão de crédito. 

Como exemplo dessa expansão, em capitais como Rio de Janeiro, Salvador, Maceió, Curitiba e Goiânia, os pagamentos por aproximação podem ser usados para simplificar o processo de recarga no sistema metroviário e/ou de ônibus, resultando em uma maneira prática e segura para o consumidor se deslocar pela cidade. 

Há, ainda, o uso da tecnologia em estabelecimentos comerciais — 50% das transações do varejo foram feitas por aproximação em 2023. Completando 16 anos de adoção no Brasil, pode-se dizer que a pandemia acelerou a aceitação do contactless por aqui, que atualmente pode ser combinada a facilidades como smartwatches e celulares.

Fraudes e acessibilidade ainda geram receio nos consumidores

Uma pesquisa realizada em 2023 pela Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), mostra que o uso de pagamentos por aproximação é utilizado apenas por 49% dos adultos na faixa etária entre 45 e 59 anos.

Apesar do destaque do contactless entre jovens 81% dos entrevistados com idade entre 18 e 24 anos utilizam a inovação , é preciso compreender os receios do público que ainda resiste ao uso da tecnologia. 

Os relatos concentram-se no medo de fraudes digitais. Os números elevados de golpes desse tipo no Brasil evidenciam que a  preocupação do público mais adulto e idoso é coerente. 

Para evitar essas ocorrências, o ramo da tecnologia NFC tem investido em robustas camadas de segurança, que vão desde a criptografia até medidas extras de verificação, como impressão digital.

Além disso, a inclusão digital ainda não alcança todos os cidadãos brasileiros e, com o envelhecimento da população, é necessário pensar em soluções que vão além do alcance da atuação dos pagamentos por aproximação. Para o poder público e empresas da área financeira, resta a missão de pensar em medidas de acessibilidade para atendimento pessoal e não apenas canais digitais, apesar da progressiva expansão das inovações tecnológicas desse meio.

Por fim, a alta no uso de pagamentos por aproximação é um ótimo sinal que o mercado brasileiro tem confiado na evolução das tecnologias de combate às fraudes. Um sistema com múltiplas camadas de segurança, como é o caso dos pagamentos por aproximação, consolida espaço entre os consumidores e mostra o caminho para outras inovações financeiras.

 

Stela Teles é assistente de pesquisa do Instituto Propague e mestranda em economia pela UFF.

 

Veja mais:

Pix Automático promete melhorar a experiência do usuário

Pagamentos por biometria: como ultrapassar a próxima fronteira da conveniência?

Todos os produtos

Quer se
aprofundar mais?

Com uma linguagem simples de entender, as análises do Instituto Propague vão te deixar por dentro dos principais temas do mercado.

Leia agora!