Novas tecnologias: 28 tendências estão no radar do setor bancário brasileiro

Juntamente com elas, mais 135 inovações subjacentes prometem revolucionar a atividade bancária no país nos próximos anos, fortalecendo a posição de vanguarda do setor bancário brasileiro no cenário tecnológico global.
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Equipe Propague
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Um novo estudo conduzido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com a colaboração da consultoria Accenture, descobriu que o setor bancário brasileiro tem muito mais a esperar das novas tecnologias do que apostar todas as suas fichas na inteligência artificial generativa (IA generativa).

Embora esta venha atraindo a maior parte das atenções, principalmente em aplicações que possam aprimorar a segurança cibernética, a concessão de crédito e a eficiência no atendimento ao consumidor, a publicação aponta 28 novas tecnologias e outras 135 inovações a elas subjacentes, que deverão revolucionar o setor bancário daqui por diante.

Para facilitar o entendimento, todo esse arcabouço tecnológico foi distribuído em seis dimensões: segurança e identidade digital, DLT (sigla em inglês para tecnologia de registro distribuído) e criptografia, IA generativa e dados, arquitetura computacional, tecnologias de recursos e convergência ciberfísica, demonstradas por meio de um radar, que identifica os diferentes estágios de maturidade e principais impactos para os bancos.

Nesse contexto, entram temas como, por exemplo, computação quântica, identidade digital, conectividade avançada (5G e 6G), robótica, experiências imersivas, contratos inteligentes, DeFi (sigla em inglês para finanças descentralizadas), inteligência artificial multimodal – integrando dados de texto, imagem, áudio e vídeo para uma compreensão mais completa das tendências de mercado – tecnologia verde, entre outros.

Na avaliação da Febraban, a rápida evolução tecnológica do setor bancário no Brasil, especialmente a adoção de inovações como o Pix, o Drex e o Open Finance, colocam o país na vanguarda da inovação bancária global, e para manter essa liderança, é necessária, portanto, uma contínua avaliação do cenário digital e a incorporação de novas tecnologias.

O que esperar no âmbito da IA generativa, segurança cibernética e identificação digital

Atualmente maior expoente no âmbito das novas tecnologias, a IA generativa, segundo o estudo, tem potencial para aumentar de 25% a 35% o desempenho do setor bancário nacional. 

Os casos de uso contemplam desde o auxílio no contato com o cliente, passando pelo desenvolvimento de relatórios financeiros e documentos jurídicos, criação e sintetização de conteúdos, chegando à gestão do conhecimento.

Sobre a experiência do cliente, a pesquisa aponta que o foco será cada vez maior na hiperpersonalização do atendimento, valorizando canais de interação conversacionais. 

A saber, existe a expectativa de desenvolvimento de um banco sem aplicativo, utilizando, ao invés disso, uma interface de comunicação por aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, que usa a IA generativa. 

Contudo, apesar dessa tecnologia estar avançando drasticamente, junto com todo o seu potencial e benefícios, novos riscos estão sendo adicionados, demandando mais controles.

Afinal, expõe o documento, a escalada de golpes e fraudes digitais é percebida com uma grande ameaça por cerca de 46% do mercado, enquanto 20% se mostram receosos com a exposição de dados pessoais.

Por conta disso, os bancos brasileiros tendem a investir mais na segurança, devido ao crescente volume de transações e informações e a sensibilidade dos dados envolvidos, com as novas tecnologias desempenhando papel fundamental na proteção contra riscos cibernéticos e na garantia da integridade dos sistemas bancários.

Para isso, a pesquisa sinaliza que a identidade digital e a biometria fortalecerão os métodos de autenticação, incluindo a íris e retina do olho humano, a voz, a autenticação comportamental e até via DNA. 

Ao mesmo tempo, entrarão em cena tecnologias como a Computação de Melhoria da Privacidade (PPC na sigla em inglês), para garantir a análise de dados sem comprometer a privacidade; a Arquitetura de Confiança Zero; o suporte nativo em nuvem e a DLT, oferecendo defesas mais robustas.

O papel da blockchain e da criptografia entre as novas tecnologias para os bancos

No que tange à criptografia, o estudo destaca o amadurecimento da tecnologia blockchain e como ela vem passando por um momento de expansão de novos modelos de negócios.

Diante disso, aborda três grandes aplicações dessa tecnologia pelos bancos. A saber, criptomoedas; CBDCs (sigla em inglês para moedas digitais de banco central), notadamente o Drex; e a tokenização de ativos

Nesse contexto, chama atenção o fato de o relatório colocar os bancos como protagonistas no mercado de criptomoedas. Isto porque, afirma, eles podem se configurar como uma alternativa mais segura para os interessados em operar nesse mercado. 

Porém, para que isso aconteça, frisa, o setor bancário terá de investir na criação de plataformas de negociação e de custódia, assim como em compliance, contabilidade e adequação regulatória.

Enquanto isso, quando se refere às CBDCs, a pesquisa destaca o potencial dos contratos inteligentes, capazes de automatizar o cumprimento de obrigações entre as partes, sem que se precise de intermediários. 

Ademais, as CBDcs poderão permitir ainda a liquidação de dinheiro e demais ativos quase que em tempo real. No entanto, ainda existe o desafio de integrá-las aos sistemas bancários atuais.

Por fim, ao tratar da tokenização de ativos do mundo real no escopo das novas tecnologias para os bancos, o estudo aponta a acessibilidade e a eficiência operacional como benefícios impulsionadores da sua adoção. No entanto, emenda, a liberação de todo o potencial da tokenização irá depender de três questões fundamentais: da evolução da regulação; da governança e do desenvolvimento das CBDCs.

O que está por vir com a convergência ciberfísica e a computação quântica 

Ainda em meio ao leque de novas tecnologias no radar do setor bancário brasileiro, de acordo com o relatório da Febraban, vale mencionar as perspectivas promissoras da convergência ciberfísica e da computação quântica, que estão só começando.

No caso da primeira, trata-se de um conjunto de novas tecnologias que estreitam as relações do mundo real com o digital. Nesse rol entram as experiências imersivas, como as realidades virtual e aumentada, oferecendo interações digitais avançadas, desde entretenimento até design de produtos e arquitetura, com interfaces capazes de enriquecer a imersão. 

Além disso, se tem ainda o que se chama de “gêmeos digitais”, que proporcionam representações virtuais precisas de pessoas e objetos reais para possibilitar operações como simulações, design e planejamentos, em um ambiente digital, trazendo escala e sem restrições do muito real. 

Já no que corresponde à computação quântica, a publicação relata a demanda crescente por níveis de processamento cada vez maiores, incentivando avanços nessa área e a busca por novos paradigmas de processadores. Tudo isso como resposta para a solução de problemas complexos muito além do que são capazes os computadores clássicos. 

Dessa forma, no setor bancário, isso pode se traduzir em melhores modelos e simulações financeiras, mas também abre riscos com quebra de criptografia tradicional casos modelos pós-quantum não sejam adotados.

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