Open Finance: exploração e análise de dados são prioridade

Com o estímulo para que sua base de clientes faça a adesão ao sistema de finanças abertas, instituições financeiras pretendem melhorar a personalização no relacionamento a partir das informações obtidas.
Open Finance: exploração e análise de dados são prioridade
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Equipe Propague
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A edição 2023 da Pesquisa Tecnologia Bancária, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) junto com a consultoria Delloite, evidencia que, entre as prioridades dos bancos para o ano em curso, está a melhoria na exploração e análise de dados coletados via Open Finance.

De acordo com a publicação, 78%, ou cerca de oito a cada dez bancos, pretendem incentivar mais clientes a compartilharem seus dados por meio do sistema de finanças abertas e, por sua vez, conseguirem aprimorar a personalização no relacionamento com os consumidores a partir das informações obtidas.

Até 2022, somente 10% da base de clientes de 80% das instituições financeiras ouvidas pela pesquisa aderiram ao Open Finance. Portanto, uma parcela ainda tímida, mas que, em 2023, deve chegar a 53%, conforme a expectativa das instituições.

Contudo, a corrida para atingir a esse público tende a ser acirrada, pois o ambiente está ainda mais competitivo. Primeiramente, porque o Open Finance favorece o acesso aos dados e histórico dos clientes, permitindo maior relacionamento com diferentes instituições. Em segundo lugar, pela entrada no sistema financeiro das organizações não bancárias através de embedded finance e Banking as a Service.

Entre elas estão, por exemplo, os iniciadores de pagamentos, com mais expertise do que os bancos tradicionais na obtenção de dados, entendimento da jornada do consumidor e oferta de produtos e serviços complementares.

Nesse contexto, se tem também o aumento da representatividade das fintechs, incluindo os bancos digitais, que já vinham galgando espaço no mercado financeiro brasileiro, principalmente no crédito.

Segundo um estudo da Serasa Experian, a participação desse setor na movimentação (inclusão e exclusão de dívidas) da base de inadimplentes saltou 129% em setembro de 2022 na comparação com igual mês de 2019, chegando a 3,6%, ante 1,6% anteriormente.

Saiba o que é Open Finance e a diferença para Open Banking clicando aqui.

Geração de valor através do Open Finance

Por outro lado, junto a esse cenário de competição, o estudo revela que existem oportunidades de gerar valor por meio do Open Finance.

Afinal, além de os bancos promoverem a adesão ao sistema de finanças abertas, podendo captar mais clientes, é possível vender outros produtos e serviços aos consumidores, definindo preços de forma mais inteligente e construindo, assim, um relacionamento melhor e mais estreito, de acordo com o contexto e momento de vida de cada um.

As principais maneiras de gerar valor através do Open Finance apontadas pelos bancos, considerando até três respostas múltiplas dadas pelas instituições ouvidas na pesquisa, foram:

  • Aumentar a oferta de produtos financeiros – com 75% das respostas;
  • Melhorar a forma de precificar produtos e serviços – 38%;
  • Conhecer melhor a situação do cliente – 69%;
  • Reduzir o risco de crédito – 31%;
  • Oferecer serviço de Iniciação de Transação de Pagamentos (ITP) – 44%;
  • Ampliar os negócios não financeiros – 19%.

Entretanto, os benefícios, a exemplo da comparação de produtos e serviços; simplificação de acesso ao crédito; interoperabilidade nas operações e experiência diferenciada de compra, só poderão ser sentidos pelos clientes à medida que os agentes do mercado avancem nas jornadas digitais e que os consumidores expandam a sua adesão ao Open Finance.

Ações para aprimorar a experiência dos clientes

Com a consolidação do Open Finance no Brasil nos próximos anos, os atuais produtos e serviços ofertados pelos bancos tendem a deixar de ter um diferencial competitivo. Nesse cenário, as instituições terão, portanto, que se reinventar constantemente, combinando tecnologias inovadoras com um serviço cada vez mais diferenciado e personalizado aos clientes.

Com esse propósito, a publicação destaca algumas maneiras eficientes de aprimorar a experiência dos clientes: atendimento holístico, com geração de valor por meio de dados; opções de autoatendimento digital; entrega de valor através da inovação; e melhor precificação e otimização de custos para impulsionar a lucratividade.

Open Finance abre espaço para consolidação de um ecossistema orientado à inovação

A pesquisa também mostra que o relacionamento de players da indústria bancária com parceiros do ecossistema tem sido fundamental para a expandir a oferta de produtos e serviços nos canais digitais.

Desse modo, os bancos vêm alavancando a conexão com diferentes tipos de parceiros e assim poderem fornecer soluções mais completas e até entrar em segmentos novos, como uma estratégia de agregar valor, acrescentar jornadas e fortalecer uma procura constante pela inovação.

Para se ter uma ideia do alcance dessa estratégia, o estudo aponta que 93% dos respondentes estabeleceram parcerias com startups em 2022 e 92% pretendem expandir essas cooperações em 2023.

Já entre as prioridades no relacionamento com parceiros, no contexto dos canais digitais estão: meios de pagamento, empréstimos e crédito, abertura de contas e investimentos, gestão financeira para clientes e seguros.

Ao passo que os segmentos de startups mais buscados pelos bancos são as Fintechs, a Techs (software), Agtechs (agronegócio), Cleantechs (tecnologia limpa), Retailtechs (varejo) e Rhtechs (recursos humanos).

Nesse sentido, para fomentar o ecossistema, 64% dos bancos disseram disponibilizar portais desenvolvedores para que suas APIs (sigla em inglês para Interface de Programa de Aplicativos) sejam acessadas e seus recursos utilizados no desenvolvimento de soluções.

Investimentos em tecnologia

Outro insight da pesquisa é que, para atingirem seus objetivos de melhorar a exploração e análise dos dados obtidos por meio do Open Finance, assim como consolidar as parcerias a fim de ampliar a oferta de produtos e serviços nos canais digitais, os bancos estão apostando fortemente no investimento em tecnologia.

Enquanto em 2022, o orçamento nessa área teve um crescimento de 18% em relação ao ano anterior, totalizando quase R$ 35 bilhões, em 2023, a expectativa é de se alcançar cerca de R$ 45 bilhões, um avanço de aproximadamente 29% no período.

Os valores correspondem a investimentos em armazenamento em nuvem e em inteligência artificial, bem como em segurança cibernética inteligente e sistemas online.

Ao mesmo tempo, os bancos também apostam em movimentos emergentes a exemplo de práticas ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança), tokenização de ativos, tecnologia 5G, real digital e metaverso.

 

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