Os primeiros 50 dias da plataforma de testes do projeto piloto do Drex revelaram progressos significativos na concepção da moeda digital brasileira.
Segundo a mais recente atualização do Banco Central (BC), cerca de 500 operações já foram concluídas com sucesso, com destaque para a primeira emissão de títulos públicos federais na forma de tokens para fins de simulação.
O BC detalhou que essa emissão aconteceu no dia 11 de setembro de 2023, contemplando o lançamento de versões tokenizadas de Letras do Tesouro Nacional (LTNs) e de Letras Financeiras do Tesouro (LTFs).
A saber, a tokenização se configura na catalogação de ativos em uma rede blockchain, os quais passam, então, a contar com tokens correspondentes a eles.
Nesse sentido, informa a autoridade monetária, cada uma das 11 instituições participantes da plataforma de testes recebeu uma fração dos títulos públicos criados para simular transações de compra e venda desses ativos tokenizados entre elas e clientes fictícios.
Além dessa simulação, o projeto piloto do Drex também contempla outros testes da infraestrutura básica da moeda, como segurança, privacidade e escalabilidade na rede blockchain determinada para abrigar a versão digital do real.
Simulações também envolvem a criação de carteiras e transferências no atacado e varejo
Ainda de acordo com o BC, juntamente com a emissão e negociação de títulos públicos federais tokenizados, outros tipos de operações, tanto no atacado como no varejo, vêm sendo simuladas no ambiente de testes do Drex.
Entre elas, a autoridade monetária destaca o desenvolvimento de carteiras, emissão e destruição da moeda digital, bem como transferências fictícias entre os bancos participantes do projeto piloto e clientes.
Todas as instituições financeiras habilitadas e conectadas à plataforma de testes do Drex já efetuaram ao menos uma dessas operações, totalizando, até agora, 500 transações bem-sucedidas nesses primeiros 50 dias.
Para que isso fosse possível, informa o BC, a cada uma delas foi atribuído um nó, que nada mais é do que um ponto de acesso e operação na rede blockchain que abriga o Drex.
Para o BC, quando os primeiros testes de cada participante forem concluídos, a tendência é de que o volume de transações avance significativamente. Afinal, a cada semana, detalha, um novo tipo de operação está sendo testado pelos participantes.
Democratização do sistema financeiro é fortemente esperada
Considerando a concepção e as transações testadas até o momento, o BC confirma que o Drex, assim como aconteceu com o Pix em relação aos pagamentos, tem um grande potencial para transformar positivamente o dia a dia da população brasileira, permitindo a democratização do acesso a serviços financeiros, principalmente crédito, investimentos e seguros.
Até porque, justifica, os participantes do projeto piloto do Drex estão fortemente comprometidos com a iniciativa, procurando criar sistemas que sejam compatíveis com a base que o BC disponibilizou.
Para o regulador, esse movimento de engajamento das instituições é mais um sinal de como eles veem o poder do Drex para a criação e a oferta de soluções inovadoras quando a moeda for lançada, proporcionando, além da democratização do acesso ao sistema financeiro, o estabelecimento de um ambiente seguro e regulado para todos, sejam cidadãos ou empreendedores, a fim de que possam usufruir dos benefícios oriundos de uma economia digitalizada.
Próximos passos até o lançamento do Drex
À medida que as instituições participantes estiverem mais familiarizadas com as operações básicas do Drex, o projeto avançará para os testes das soluções de privacidade nas transações, afirma o BC.
Entretanto, emenda, apesar do bom andamento do projeto, o final dessa primeira fase dos experimentos está postergado de janeiro para maio de 2024, com a implementação de outras facilidades na fase subsequente, permitindo, assim, que a autoridade monetária avalie o desempenho do Drex ao final.
Com isso, a expectativa, agora, é de que a moeda digital brasileira esteja à disposição do grande público no início de 2025.
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