Dinheiro programável: cinco vantagens que valem a implementação

Na avaliação de especialistas, o advento das CBDCs surge como uma das maiores oportunidades para a alavancagem da inovação, prometendo dar vida a uma série de possibilidades que beneficiariam indivíduos e empresas.
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Equipe Propague
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Com diversas autoridades monetárias em todo o mundo explorando projetos-piloto de moedas digitais de banco central, as chamadas CBDCs na sigla em inglês, o conceito de dinheiro programável tem protagonizado o debate em torno da melhoria dos sistemas monetários e financeiros em várias jurisdições.

Acesse aqui para saber mais sobre o dinheiro programável e como ele funciona.

No Brasil, com o advento do Drex, que já está em sua segunda fase de testes, representando atualmente uma das iniciativas mais avançadas globalmente, o dinheiro programável promete dar vida a uma série de possibilidades e formas de utilização da CBDC brasileira, mediante liquidações de títulos sem interrupções, depósitos tokenizados e conformidade regulatória incorporada às transações.

Aliás, com o avanço dos experimentos, o que se percebe é que a incorporação da lógica do dinheiro programável na economia carrega consigo um conjunto de vantagens e oportunidades, conforme bem observam Rajashekara Maiya e Raktim Singh, respectivamente vice-presidente e diretor sênior da consultoria Infosys Finacle.

Em artigo publicado na plataforma Fintech Futures, esses executivos listam os cinco principais benefícios do dinheiro programável e que justificam, na sua avaliação, o rápido desenvolvimento e adoção da inovação.

As promessas do dinheiro programável

Conforme Maiya e Singh, ao contemplar o futuro, o dinheiro programável está repleto de opções atrativas. A saber, não só para os bancos, como também para empresas e consumidores.

Nesse contexto, a seguir estão as cinco vantagens mais significativas do dinheiro programável, segundo esses especialistas:

    1. Transparência e auditabilidade, pois, como se fundamenta na tecnologia blockchain, o dinheiro programável fornece um livro-razão de transações financeiras e acesso direto ao histórico de transações. Dessa forma, essa capacidade de monitoramento protege contra a lavagem de dinheiro e outras atividades financeiras ilícitas, incluindo o desvio de dinheiro de programas de benefícios governamentais por intermediários inescrupulosos;
    2. Maior eficiência e otimização de custos, afinal, a sincronização de obrigações contratuais e pagamentos agiliza transações em vários níveis. Na verdade, explicam, o uso de contratos inteligentes automatizados e sem intermediários aumenta a eficiência das operações e reduz tanto o esforço humano quanto o erro. 
    3. Inovação e personalização, dado que o dinheiro programável pode dar suporte à criação de instrumentos financeiros inovadores e aplicativos descentralizados, fornecendo a base para novos modelos de negócios, facilitando conexões diretas entre clientes e provedores – neste caso, tomadores e credores – livres de intermediários, burocracia e outras barreiras;
    4. Menor risco de contraparte, dado que os contratos inteligentes, programados para execução sujeita a pré-condições, eliminam a necessidade de um intermediário, reduzem esse risco; e, finalmente,
    5. Interoperabilidade, além de um ecossistema financeiro acessível e interconectado, ambos promovidos pela facilidade na transferência de dados e valor entre redes e plataformas por meio do dinheiro programável.De acordo com Maiya e Singh, um caso de uso para integração do ecossistema financeiro é a programabilidade do dinheiro permitir a aquisição de uma parte em ativos tokenizados de alto valor, como obras de arte e imóveis.

As oportunidades com as CBDCs

Em sua análise, os executivos frisam que uma das maiores oportunidades para a alavancagem do dinheiro programável é o desenvolvimento e consequente lançamento das CBDCs. 

Por serem uma versão digitalizada das moedas fiduciárias de cada país, regulada pelos bancos centrais, eles afirmam que elas podem viabilizar com mais confiança todas as vantagens listadas, assim como oferecer outros benefícios atrelados.

Entre eles, está o aprimoramento da forma como os bancos centrais implementam políticas monetárias e a realização de pagamentos mais rápidos, transações internacionais mais baratas e sem a necessidade de moeda física, ao passo que também impulsionam a inclusão financeira, fornecendo oportunidades bancárias e de investimento para populações carentes.

Nesse sentido, vale destacar como o Drex vai ao encontro de todas essas possibilidades, pois as considera desde que as suas diretrizes e objetivos foram anunciados pelo Banco Central brasileiro, no início de 2023.

Principalmente porque no cerne do projeto-piloto da moeda digital do Brasil estão funcionalidades voltadas para a promoção de modelos inovadores de negócios, incorporando o dinheiro programável, além da adesão regulatória e aos padrões internacionais de segurança, privacidade de dados e resiliência cibernética.

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