Apesar de a maioria das pessoas desconhecerem ou ainda olharem com desconfiança o mercado de criptomoedas, a adoção desses ativos continua forte entre os brasileiros, e o país segue firme no ranking global dos que mais aplicam recursos nessa categoria de moeda digital.
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Segundo a edição 2024 do Índice Global de Adoção de Criptomoedas da empresa de blockchain Chainalysis, o Brasil continua integrando a lista dos dez países que mais investem em cripto, embora tenha caído, neste ano, da nona para a décima colocação na comparação com 2023.
Entretanto, conserva seu protagonismo na América Latina, como líder absoluto neste mercado, à frente do México e da Argentina, respectivamente, segundo e terceiro colocados na região, mas, por sua vez, na 14ª e 15ª posições no contexto global.
Além do Brasil, compõem os top 10 países que mais investem em criptomoedas, a Índia, que encabeça o ranking, seguida pela Nigéria, a Indonésia, os Estados Unidos, o Vietnã, a Ucrânia, a Rússia, as Filipinas e o Paquistão.
Ou seja, apesar dos avanços dos últimos anos e dos esforços no desenvolvimento desse mercado em todo o mundo, o grupo permanece majoritariamente composto por nações asiáticas e da Oceania.
Ao mesmo tempo, a publicação também identificou que no período que vai do quarto trimestre de 2023 ao primeiro trimestre deste ano, o valor total da negociação de criptomoedas aumentou significativamente globalmente. Na verdade, alcançando um patamar mais elevado do que no ano de 2021, quando esse mercado registrou seu maior pico.
Além disso, no confronto com a edição de 2023, em que a adoção global de criptomoedas foi impulsionada sobretudo por países de renda média e baixa, o relatório atual revelou que esse movimento contemplou todas as faixas de renda.
Oportunidade de crescimento das criptomoedas entre os brasileiros
Embora o Brasil tenha recuado uma posição no top 10 global da adoção de criptomoedas, internamente, o que se observa é que há espaço para que esses ativos sigam avançando e, quem sabe, o país volte a galgar algumas posições no ranking internacional.
É o que aponta, por exemplo, uma pesquisa recentemente divulgada pela B3, a bolsa de valores brasileira, que traça um perfil dos investidores em território nacional. Os dados foram colhidos entre setembro e outubro do ano que passou. Entre os ativos analisados estão as criptomoedas, e o que se descobriu é que elas podem ter espaço para se desenvolver no âmbito dos investimentos no Brasil.
A conclusão, segundo a B3, repousa no fato de que a rejeição pelas criptomoedas alcança menos de 30% dos investidores nacionais. Além disso, existe uma parcela que só aplica nesse tipo de ativo digital, mesmo considerando a ausência de previsibilidade que se configura como um dos maiores desafios para o segmento, que é caracterizado pela alta volatilidade.
Na avaliação da pesquisa, tendo em vista aqueles que mantêm somente criptomoedas em suas carteiras, a principal razão para adotarem essa estratégia, mesmo entre perdas e ganhos, é a procura por mais retorno, assim como aumento de capital e de patrimônio com foco no médio prazo.
Movimentação do mercado na mira da Receita Federal
Em meio a um cenário indicativo de crescimento, as operações com criptomoedas no Brasil vêm chamando a atenção da Receita Federal. A saber, conforme declarações de Robinson Sakiyama Barreirinhas, secretário especial da Receita, o órgão está implementando três ações voltadas para a compra e venda de criptomoedas, em especial aquelas realizadas via exchanges internacionais.
A primeira medida corresponde à obrigatoriedade de compartilhamento de informações com os demais fiscos; já a segunda diz respeito a uma modificação na legislação nacional e a terceira e última trata da relação com as exchanges internacionais, por intermédio de diálogos com seus representantes.
Entretanto, conforme noticiado pela plataforma The Cointelegraph, existe uma quarta ação, no caso a utilização da inteligência artificial e de softwares específicos a fim de cruzar dados e localizar eventuais fraudes e sonegação.
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