ESG é fator decisivo nas decisões de investimento em inovação tecnológica

Pesquisa aponta que, para a maior parte das empresas, as tecnologias em ascensão podem exercer um papel crítico na diminuição das suas emissões de carbono, sendo, a sustentabilidade, fator decisivo para investir em inovações.
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Equipe Propague
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Atualmente, ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) e tecnologias emergentes são uma constante na agenda das organizações. Embora costumem ser tratados separadamente, ambos estão mais conectados do que se imagina. É o que revela, por exemplo, o estudo Reimagining Industry Futures 2023 (Reimaginando o Futuro da Indústria 2023), conduzido pela consultoria EY baseado em uma pesquisa online aplicada globalmente a mais de 1.300 organizações.

Parte do estudo constatou que a sustentabilidade é fator fundamental na adoção de tecnologias inovadoras, como 5G, Inteligência Artificial, Inteligência Analítica e Internet das Coisas.

Considerando essas tecnologias em conjunto, 35% dos que responderam à pesquisa veem ESG como a principal motivação ao fazer tais investimentos tecnológicos, ao passo que outros 41% julgam essa pauta importante.

Além disso, 76% dos entrevistados creem que as tecnologias em ascensão podem exercer um papel crítico na diminuição das emissões de carbono de suas empresas, e uma proporção semelhante diz que vai dar prioridade a fornecedores que consigam articular o impacto sobre o meio ambiente das tecnologias inovadoras.

Aliás, as organizações consultadas enfatizaram capacidades e credenciais em torno da sustentabilidade como o atributo número um que buscarão em seus fornecedores no futuro, classificando-os à frente de quesitos como preços competitivos ou capacidade de integrar todas as etapas da cadeia de produção ou da prestação de serviços, entregando uma solução completa.

Ao mesmo tempo, quando se fala em ESG, as empresas que participaram do estudo também têm como expectativa alavancar suas posições no ecossistema para explorar modelos de negócios circulares com outras organizações.

A saber, o Brasil ocupou a terceira colocação, juntamente com a China e a Alemanha, entre o total de respondentes da pesquisa, ficando atrás somente dos Estados Unidos e Reino Unido. Já as organizações participantes são sobretudo dos setores de tecnologia, serviços financeiros e transportes.

O papel das novas tecnologias na aceleração da pauta ESG nas empresas

Mais da metade das empresas participantes da pesquisa (54%) acredita que as novas tecnologias representam um papel vital na aceleração da pauta ESG nas organizações.

Enquanto isso, outros 41% consideram que essas tecnologias podem dar uma contribuição bastante positiva, mas também apresentam alguns riscos. Por outro lado, somente 4% avaliam que seu impacto potencialmente prejudicial superaria seu efeito positivo.

Já quando se faz um recorte por região, o estudo identificou que as empresas asiáticas são as mais propensas a citar o papel vital das tecnologias emergentes sobre ESG (62%), ao passo que as empresas europeias são as que mais tendem a destacar seu impacto positivo seguido por alguns riscos (49%).

Em termos de uma análise por indústria, os entrevistados dos setores de tecnologia e automotivo, ambos com 62%, têm maior probabilidade de enaltecer o papel essencial das tecnologias em ascensão na aceleração ESG.

Por outro lado, os entrevistados do governo são os mais inclinados a citar um papel positivo que também apresenta alguns riscos (55%).

Principais benefícios

Questionadas sobre as principais vantagens de investir em tecnologias emergentes motivadas por ESG, as organizações participantes da pesquisa apontaram como benefícios percebidos maior eficiência energética, aliada à medição aprimorada e à habilitação de produtos e processos virtuais. As tecnologias emergentes também são vistas como fornecedoras de uma série de contribuições positivas específicas para as estratégias de sustentabilidade de longo prazo das empresas.

Nesse contexto, o consumo reduzido de energia está no topo da lista, citado por 46%, enquanto a melhoria da medição (39%) e do planejamento (39%) relacionados a melhorias de sustentabilidade também aparecem com destaque, juntamente com a mudança para serviços virtuais e ferramentas de força de trabalho (ambos com 36%).

Alguns outros benefícios estão um pouco mais atrás, com um quarto dos entrevistados destacando os impactos positivos que as tecnologias emergentes podem ter nos modelos de negócios circulares e na transição para fontes de energia renováveis, enquanto 22% citam seu potencial para melhorar a produtividade do trabalho.

Investimentos em 5G têm maior probabilidade de envolver princípios ESG

Outra constatação do estudo é que entre todas as tecnologias emergentes, os investimentos realizados em 5G são os mais sujeitos a contemplar princípios ESG, com 47% classificando-o como importante.

Isso também se traduz em maiores benefícios percebidos: 55% das empresas que atualmente investem em 5G citam um planejamento de sustentabilidade aprimorado como um benefício, enquanto 39% têm o mesmo entendimento para tecnologias emergentes em geral.

No entanto, os planos de investimento em blockchain, computação quântica e realidade aumentada são menos propensos a envolver ESG como principais considerações.

Integração digital verde

Com efeito, a importância dada à integração entre sustentabilidade e inovações tecnológicas também vem ganhando espaço em outras publicações, como no caso da 6ª edição da Carta Propague.

Com foco específico no esverdeamento dos produtos e serviços financeiros, a Carta remete-se a essa conexão por meio do que chama “integração digital verde”.

Nesse sentido, evidencia o papel da estruturação das aplicações em novas tecnologias para solucionar os desafios enfrentados, principalmente durante o processo de transição para uma economia sustentável, como a necessidade de melhores métricas e produtos que respeitem a lógica de sustentabilidade.

 

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