MPMEs na mira: agenda ESG é vantagem competitiva para os negócios

MPMEs precisam enxergar os pilares como aliados ao crescimento dos seus negócios, e não apenas como meras exigências de mercado.
MPMEs na mira: agenda ESG é vantagem competitiva para os negócios
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Amanda Stelitano
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Em um cenário global cada vez mais focado em sustentabilidade e responsabilidade social, a implementação da agenda ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) não é mais uma opção exclusiva para grandes empresas. Micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) devem reconhecer as oportunidades ligadas ao crescimento da agenda ESG no mundo corporativo, não só como uma necessidade de impacto positivo e de transformação necessária, mas também como uma estratégia de negócios. 

Logo, entender que a agenda ESG é um fator de alta relevância na tomada de decisões do futuro do seu negócio e que esse debate hoje não é mais concentrado apenas em grandes empresas e varejistas é um divisor de águas no mundo corporativo, principalmente para MPMEs.

Segundo a Associação Paulista de Supermercados (APAs), 95% dos brasileiros vêm priorizando o consumo de marcas, produtos e serviços de empresas que estejam relacionadas com práticas sustentáveis, modelando um novo comportamento de consumo no varejo nacional. E esse fenômeno vai além de clientes: cada vez mais investidores e potenciais parceiros utilizam do comprometimento com a responsabilidade sustentável, social e de governança como um fator decisivo para se relacionar e consumir de um produto ou serviço. Logo, entender que a agenda ESG é um fator de alta relevância na tomada de decisões do futuro do seu negócio e que esse debate hoje não é mais concentrado apenas em grandes empresas e varejistas é um divisor de águas no mundo corporativo, principalmente para MPMEs.

Para além das grandes marcas: ESG em negócios de menor porte

Garantir vantagens competitivas em um mundo de negócios é essencial para se destacar em meio a concorrência e incluir a agenda ESG em sua estrutura de negócios pode ser uma grande aliada. Isso porque, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Sebrae, mais de 80% dos representantes de micro, pequenas e médias empresas não têm domínio ou desconhecem a fundo o conceito de boas práticas ambientais, sociais e de governança no meio corporativo e na demanda por uma responsabilidade por parte da empresa. Porém, ao mesmo tempo que a quase totalidade desses gestores não apresenta familiaridade com o tema, a pesquisa também revela que mais de ⅓ dos entrevistados já sentiu a pressão da demanda de seus consumidores e parceiros em aderir práticas sustentáveis em diferentes escalas. 

Ou seja, com a popularização da agenda ESG, a tendência é que a demanda aumente cada vez mais e que aqueles negócios que não estiverem alinhados, fiquem de fora da mira dos clientes. Mas, dado o cenário de desconhecimento com o tema por parte dos administradores e as possíveis limitações, como fazer essa transformação na infraestrutura das empresas e garantir que seu negócio esteja de acordo com os pilares de sustentabilidade e responsabilidade social e de governança sem realizar práticas danosas como o greenwashing, por exemplo?

Primeiramente, como parte das agendas de responsabilidade social e de impacto das grandes empresas, é importante que se tenha um movimento de inclusão de MPMEs na transição para um negócio sustentável, eliminando barreiras e esforços desnecessários que empresas de menor porte podem enfrentar. Um exemplo de incentivo prático por parte de grandes empresas é a capacitação e conhecimento via o compartilhamento de experiências, know how e até mesmo contato de partes de uma cadeia de suprimentos para reduzir os riscos de adaptação de MPMEs e orientar na tomada de decisões de novas estratégias sustentáveis no futuro. 

Em outra esfera de alta importância para o sucesso das MPMEs no novo mercado, está o setor financeiro. Como parte chave do incentivo para que empresas desse porte se adequem aos pilares sustentáveis, instituições financeiras e bancos de fomento e desenvolvimento podem expandir suas linhas de crédito atreladas aos pilares ESG, com melhores condições de pagamento que sejam propícias para o perfil dessas empresas e com oportunidades de crescimento. É através do financiamento e do suporte que as MPMEs conseguem redirecionar suas estratégias e planos de negócio, implementar boas práticas na sua estrutura corporativa e, ainda, reduzir os possíveis riscos de entrada no novo nicho de mercado. 

Para que MPMEs tenham sucesso na nova dinâmica do segmento de negócios alinhados à responsabilidade social e sustentável, é preciso que os pilares ESG sejam vistos como aliados para o crescimento do seu negócio, não como uma simples demanda de mercado. Além de se adaptar às tendências e garantir sua força competitiva, é importante que gestores, empresários e empreendedores tenham a consciência de que reduzir o impacto ambiental negativo da sua marca, implementar maior diversidade na sua empresa, validar a transparência e segurança de informações nas práticas de governança da sua empresa, entre outras, são vantagens e melhorias que só vão trazer mais rentabilidade futura e resultados positivos para o dia a dia da sua empresa. 

 

Amanda Stelitano é pesquisadora do Instituto Propague e mestranda em Economia Política Internacional pela UFRJ.

@instpropagueMPMEs: agenda ESG é vantagem competitiva para os negócios

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