Cripto: 8 em cada 10 brasileiros apoiam regulação

A pesquisa também descobriu que 24% dos entrevistados investem no setor, parcela que poderia crescer com mais conhecimento sobre o funcionamento do mercado e das medidas de proteção.
Cripto: 8 em cada 10 brasileiros apoiam regulação
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Equipe Propague
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Mesmo diante da instabilidade do mercado cripto, com fortes baixas registradas entre 2022 e 2023, a procura por criptomoedas continua a crescer em todo o mundo, especialmente na América Latina, com destaque para o Brasil.

É o que revela uma nova pesquisa divulgada pela Sherlock Communications em abril de 2024. Segundo o estudo, a proporção de brasileiros que já apostaram em cripto subiu dez pontos percentuais em 2024, em comparação com 2023.

Esse crescimento foi superior ao registrado na média latino-americana, que saiu de 11% para 19% em igual período.

Tamanho crescimento, entretanto, vem acompanhado de uma maior demanda por regulação. Conforme a publicação, quase 80% dos brasileiros se mostram favoráveis à adoção de mais regras para o setor.

O índice alcançado pelo país é superior à média do continente, pois somente cerca de 73% dos latino-americanos concordam que o mercado cripto precisa de mais regras governamentais para operar. 

Além disso, 86% dos respondentes da pesquisa no Brasil relataram que acham necessário que o governo compartilhe mais informações oficiais sobre o uso de criptomoedas.

Vale lembrar que, desde 2022, o Brasil vem avançando na regulamentação cripto, e uma legislação específica foi sancionada pelo poder Executivo no final daquele ano. Em meados de 2023, a nova lei, mais conhecida como Marco Legal das Criptomoedas, passou a vigorar e, em janeiro de 2024, o Banco Central (BC), órgão responsável por regular o setor, encerrou sua primeira consulta pública com o objetivo de coletar sugestões para subsidiar regras mais abrangentes para o funcionamento do mercado cripto no país.

O que motiva a procura por cripto

Entre as principais razões citadas pelos entrevistados brasileiros para buscar o mercado cripto, estão a possibilidade de guardar dinheiro para o futuro (45%), diversificar a carteira de investimentos (40%), a percepção de que as criptomoedas são uma fonte complementar de ganhos (35%) e a proteção de ativos contra a inflação e a instabilidade financeira (27%).

Já entre as vantagens por eles identificadas, aparecem a obtenção de lucro com o investimento em criptomoedas (48%) e poder acessar seus investimentos de qualquer lugar sem depender de terceiros (40%).

Assim como no Brasil, a resposta mais comum entre todos os entrevistados latino-americanos sobre o que os motiva a aplicar parte do seu dinheiro em cripto também foi a necessidade de formar uma poupança para o futuro, relatada por 43%. Ao mesmo tempo, 38% afirmaram que as criptomoedas oferecem a chance de complementar sua renda.

No que diz respeito aos benefícios, 44% dos latino-americanos apontaram como o maior deles a obtenção de ganhos ao investir em cripto, seguido de poder recorrer aos recursos de qualquer lugar e sem depender de terceiros (38%).

O que ainda limita o interesse de mais pessoas por esse mercado

Além de contemplar usuários de criptomoedas, o estudo também ouviu pessoas que ainda não se renderam a esse mercado para identificar o que falta para esses indivíduos investirem em cripto.

Na avaliação dos brasileiros, as principais menções foram a falta de conhecimento sobre o funcionamento do setor (49%), a preocupação com a segurança do seu dinheiro (42%) e habilidades técnicas insuficientes, bem como poucos recursos para investir em cripto (ambas com 32%).

Motivações que também foram citadas pelo conjunto dos respondentes no restante do continente, com 49% afirmando não saber o suficiente sobre o mercado cripto, 31% apontando preocupação com a segurança do seu dinheiro e 29% dizendo não possuir dinheiro para aplicar nesses ativos.

Quando questionados sobre o que os faria mudar de ideia e começar a investir em cripto, 65% dos brasileiros citaram o acesso a mais informações, o que os ajudaria a entender como o mercado funciona, percentual que cai para 47% quando se observa a média latino-americana.

Blockchain e CBDCs

Além do interesse em cripto, a publicação também contemplou as percepções dos latino-americanos sobre a tecnologia blockchain e as moedas digitais de banco central (CBDCs na sigla em inglês), em testes em muitos países, incluindo o Brasil, para fazer face ao avanço das criptomoedas.

De acordo com a pesquisa, aproximadamente 40% dos brasileiros acreditam que a blockchain é capaz de revolucionar a maneira como as autoridades armazenam registros de saúde, 41% disseram que a tecnologia pode ser utilizada para gerar um impacto positivo em comunidades subdesenvolvidas e 45% afirmaram que ela oferece uma ótima forma para instituições de caridade receberem doações.

No contexto latino-americano como um todo, 56% enxergam a blockchain como uma ferramenta para influenciar positivamente comunidades subdesenvolvidas e 60% creem que a blockchain é um caminho seguro para fazer doações a ONGs.

Outro tópico abordado pelo estudo foi o Drex, a CBDC brasileira. Para 74% dos brasileiros, a moeda digital poderá melhorar as transações de pagamentos e diminuir a burocracia, enquanto 59% disseram que ela tende a ajudar no combate à corrupção.

Por outro lado, 65% dos respondentes apontaram que não compreendem o assunto e outros 56% se mostraram receosos de que o Drex possa ser usado para o governo monitorar os hábitos de consumo das pessoas.

Para chegar a todas as respostas, a Sherlock Communications entrevistou, em fevereiro de 2024, 3.438 pessoas de seis países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru. No Brasil, foram entrevistados 827 indivíduos.

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