IA polariza debates no Fórum Econômico Mundial de Davos

A discussão dividiu quem defende as aplicações tecnológicas e os potenciais ganhos de produtividade e aqueles que temem pelo uso indevido da tecnologia.
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Equipe Propague
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Governos, CEOs, acadêmicos e economistas de todo o mundo se reuniram em janeiro de 2024 em Davos, na Suíça, para mais uma edição anual do Fórum Econômico Mundial (WEF na sigla em inglês). Ao lado de temas como sustentabilidade, desempenho, cooperação e incertezas geopolítica e econômica, a inteligência artificial (IA) ocupou o centro dos debates.

A discussão em torno da IA resultou em uma divisão entre aqueles que enalteceram as aplicações tecnológicas que poderiam melhorar as soluções voltadas para o consumidor, especialmente no setor financeiro, e aqueles que a enxergam como uma vilã, sobretudo com relação ao seu poder de gerar desinformação.

Segundo a PYMNTS, as mensagens negativas se destacaram. Nesse contexto, o evento começou com um aviso baseado em um relatório da Computer Weekly: a desinformação online gerada pela IA é o principal risco de curto prazo enfrentado pelos países.

A plataforma chama atenção para a possibilidade de uso indevido da IA nas próximas eleições em todo o mundo, diante da expectativa de que três bilhões de pessoas irão votar até 2026.

Além disso, o WEF destacou o risco representado pela desinformação em relação aos fenômenos meteorológicos severos, à polarização social e à segurança cibernética.

Veja aqui o que é inteligência artificial e como ela se aplica ao setor financeiro.

IA deve desencadear próxima onda de produtividade

Segundo Kate Smaje e Rodney Zemmel, sócios seniores do McKinsey Global Institute, a conclusão a que se chegou é de que a IA se desenvolve mais rápido do que se esperava.

Entretanto, os líderes empresariais ainda estão se questionando sobre como e onde utilizar a IA de forma mais eficiente e assegurar que as soluções sejam dimensionadas e completamente aplicadas em suas organizações.

Nesse cenário em que a IA é a grande aposta para desencadear o próximo movimento de produtividade global, os executivos tentam descobrir como conectar suas organizações ao verdadeiro valor da IA generativa.

Aliás, conforme a PYMNTS relatou, diversas apresentações no WEF ilustraram usos práticos da IA para aumento da produtividade em vários setores, como bancos, saúde, gestão de pessoal e transformação digital.

De acordo com executivos de finanças presentes ao evento, algoritmos inspirados na computação quântica podem ajudar os especialistas financeiros a otimizarem a diversificação e a alocação de ativos, melhorando o desempenho e a estabilidade das carteiras. Com isso, é possível obter melhores retornos e gerenciamento de risco para os clientes.

Ademais, as apresentações apontaram para o uso da IA em tomadas de decisões estratégicas. Segundo um relatório da IBM, mais de 40% dos CEOs usam a IA generativa para auxiliar seus processos de tomada de decisão.

Por fim, Philip Meissner, da ESCP Business School, disse à PYMNTS que é esperado que os modelos de IA sejam menos tendenciosos e possam ser utilizados de maneira eficaz para decisões estratégicas mais inclusivas.

O poder econômico da tecnologia

Em meio a todas essas aplicações, um estudo publicado em 2023 pelo McKinsey estimou que a IA generativa é capaz de agregar entre US$ 2,6 trilhões e US$ 4,4 trilhões à economia por ano, considerando cerca de 63 casos de uso analisados.

De acordo com a publicação, a expectativa é de que os bancos sejam os mais beneficiados, caso superem os desafios e aproveitem os benefícios que podem ser alcançados por meio dessa tecnologia.

Isso porque poderiam ser gerados entre US$ 200 bilhões e US$ 340 bilhões ao ano para o setor, o que equivale de 9% a 15% dos seus lucros operacionais, oriundos principalmente dos ganhos em produtividade.

O que coloca a IA na berlinda?

Por outro lado, conforme exposto pela PYMNTS, as críticas acerca da IA durante o WEF foram além do risco de promover a desinformação.

O Relatório de Riscos Globais apresentado no evento apontou novas ameaças para os sistemas informáticos, se for permitido que estados hostis e grupos de hackers automatizem ataques cibernéticos utilizando a IA.

Finalmente, a longo prazo, o documento prevê que a dependência da IA para a tomada de decisões poderá criar riscos adicionais.

 

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