Pix avança como resposta à necessidade de pagamentos globais mais rápidos e acessíveis

Além de acordos bilaterais para adoção do seu sistema de pagamentos instantâneos por outros países, o BC promove a plataforma no âmbito do G20.
Pix avança como resposta à necessidade de pagamentos globais mais rápidos e acessíveis
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Equipe Propague
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A ideia de internacionalizar o Pix não é nova. Desde abril de 2021, já havia se noticiado a intenção do Banco Central (BC) de implementar uma versão do seu sistema instantâneo de pagamentos para outros países.

Agora, a proposta ganha ainda mais corpo depois que a autoridade monetária brasileira apresentou a ferramenta como possível solução para pagamentos globais na mais recente reunião de decisores políticos do G20, em fevereiro de 2024.

Na presença dos representantes das 20 economias mais desenvolvidas do mundo, o BC introduziu o tema em meio ao debate sobre pagamentos transfronteiriços mais rápidos e baratos.

Dados do BC apontam que, desde o seu lançamento no final de 2020, o Pix rapidamente se tornou um sucesso nacional, contando atualmente com mais de 160 milhões de usuários.

Em dezembro de 2023, alcançou cerca de cinco bilhões de transações desde o seu lançamento, somando aproximadamente R$ 2 bilhões. Em média, 43% dos consumidores brasileiros usam diariamente a plataforma.

Tamanha aceitação, explica o BC, reside no fato de o Pix permitir transferências de dinheiro instantaneamente para uma conta bancária ou carteira digital, 24 horas por dia, sete dias por semana e sem taxas para pessoas físicas e para determinadas pessoas jurídicas, como no caso dos microempreendedores individuais (MEI).

Em entrevista à Bloomberg, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que enxerga o Pix como uma plataforma capaz de construir um sistema financeiro mais eficiente e inclusivo no Brasil. Nesse contexto, afirma que 30% da população brasileira não tinha conta bancária antes do lançamento do Pix, que reduziu essa parcela para 16% da população.

Interesse internacional pelo Pix

Além do reconhecimento do público brasileiro, o Pix ganhou notoriedade no exterior.

O Banco de Compensações Internacionais (BIS) publicou, em 2022, um estudo de caso sobre a ferramenta, apontando que se trata de um dos sistemas nacionais de pagamentos instantâneos que a entidade pretende conectar através do Nexus, projeto em desenvolvimento para pagamentos transfronteiriços.

Com isso, o BIS confirma o potencial da ferramenta de se tornar global. Atualmente, cinco países asiáticos já estão testando o Pix para transações internacionais instantâneas por meio do projeto.

Ao mesmo tempo, o Pix despertou o interesse de autoridades monetárias da Europa, América Latina, e África. Isso fez com que o BC ampliasse os acordos para conectá-lo a plataformas semelhantes em todo o mundo. A Itália, por exemplo, já manifestou interesse em um acordo bilateral com o Pix.

Ademais, conforme publicado pela Bloomberg, brasileiros em viagem a países sul-americanos, como Argentina e Uruguai, já conseguem pagar por serviços, como restaurantes e hospedagens, usando o Pix.

Por meio do sistema, brasileiros pagam em reais através de um QR Code vinculado a uma carteira digital, ao passo que os estabelecimentos recebem o seu dinheiro de forma instantânea em moeda nacional, dólares norte-americanos ou stablecoins.

Esforços para melhorar as transações transfronteiriças

O empenho da comunidade financeira internacional de encontrar soluções para aprimorar os pagamentos transfronteiriços, tornando-os mais eficientes e com menor custo, têm pautado as agendas de diversos reguladores globais.

Desde 2023, estendendo-se como prioridade para 2024, o FSB está trabalhando na questão em conjunto com as autoridades monetárias do G20.

Como resultado, a expectativa da entidade é alcançar as metas quantitativas estabelecidas para 2027, considerando as recomendações de incentivo ao alinhamento e a interoperabilidade dos dados relacionados com os pagamentos internacionais.

O FSB também recomenda o fortalecimento da consistência da regulação e supervisão de bancos e entidades não bancárias que prestam serviços de pagamentos transfronteiriços.

 

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