Pix: do sucesso nacional ao interesse internacional

Novos dados confirmam a preferência do brasileiro pelo Pix como método de pagamento. Enquanto isso, além de a ferramenta já ter sido reconhecida por reguladores internacionais, alguns países revelam interesse em replicá-la.
Pix: do sucesso nacional ao interesse internacional
Data
Autor
Equipe Propague
Produto
Compartilhar

A expressão “fazer um Pix” rapidamente se popularizou na rotina de quem precisa pagar, transferir ou receber dinheiro no Brasil. Desde que o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC) foi lançado, há quase dois anos, se viu um fenômeno estrondoso de aceitação e adesão. Ao mesmo tempo, enquanto novas funcionalidades foram acrescentadas, despertando ainda mais o interesse da população, recentemente, a experiência brasileira conquistou o reconhecimento de reguladores internacionais e, agora, chama a atenção de outros países, indicando que, brevemente, poderá ser replicada no exterior.

Primeiramente, para se ter uma ideia, o Pix ganhou a preferência do brasileiro, superando inclusive os cartões de crédito e de débito, que passaram à segunda e terceira posições, respectivamente, entre os métodos de pagamentos mais utilizados no país. Além disso, a quantidade de chaves cadastradas já equivale a mais do que o dobro da sua população.

Segundo dados do BC, considerando até julho de 2022, já foram cadastradas 478 milhões de chaves, ou seja, mais de duas vezes o número de brasileiros (214,9 milhões). É importante reforçar que, esse fenômeno também é possível graças a funcionalidade do Pix em permitir que um usuário possa cadastrar até 5 chaves diferentes.

Conforme a definição do BC, as chaves Pix são como as contas dos usuários são identificadas nesse sistema, podendo ser o CPF ou CNPJ, número de telefone celular, e-mail ou uma chave aleatória. Lembrando que uma pessoa física pode registrar até cinco chaves por conta.

Além disso, em julho de 2022, o Pix movimentou aproximadamente R$ 933,6 bilhões por meio de mais de dois trilhões de transações realizadas pelos quase 132 milhões de usuários cadastrados. Números que saltam aos olhos tendo em vista que no mês do lançamento, eram apenas 41 milhões de pessoas registradas no sistema, 95 milhões de chaves e um volume transacionado de R$ 30 milhões através de 34 milhões de operações.

Clique aqui para saber mais sobre como o Pix funciona!

Pix evolui com novas funcionalidades

Com o Pix, o Brasil entra em sintonia com a tendência internacional dos pagamentos instantâneos não apenas para operações domésticas, mas também internacionais vistas como a próxima fronteira para os pagamentos em tempo real.

Com o avanço do comércio eletrônico transfronteiriço e uma comunidade que já beira 300 milhões de migrantes de diversas nacionalidades ao redor do mundo, a procura por métodos mais eficientes e baratos para efetuar remessas e pagamentos entre os países segue em ascensão.

Dessa forma, o BC planeja a implementação do Pix internacional, sistema de pagamentos instantâneos do Brasil para o exterior. A declaração é de abril de 2021 e o mercado segue na expectativa do lançamento. Até porque os pagamentos instantâneos internacionais já são realidade na Ásia, um dos mais populosos mercados globais, que abriga grandes economias como o Japão e a China, assim como a Índia, fonte de inspiração para o Pix.

Porém, antes de avançar no projeto de expansão para o mercado externo, o BC adicionou novas funcionalidades. É o caso do Pix saque e troco, em operação desde novembro de 2021.

Embora a adesão ainda seja pequena ante o volume total de transações, ela vem crescendo. Em julho de 2022, as novas funcionalidades somaram 271 mil operações, ou cerca de 68 vezes mais o contabilizado em dezembro de 2021 (quatro mil transações).

Além disso, o BC também não deixou de pensar na segurança dos usuários, visto o crescimento dos golpes à medida que o Pix avançava. Para contexto, desde o fim de 2021, ele conta com um novo mecanismo de devolução em caso de fraudes ou erros operacionais.

Recentemente, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, adiantou a continuidade da agenda evolutiva do Pix, que contempla as modalidades débito automático, cobrança e liquidação não prioritária.

Lição para outros países

Tamanho é o sucesso em solo brasileiro, que o Pix também começou a se destacar internacionalmente. Em um estudo divulgado em abril de 2022 pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), os autores apontam que o sucesso obtido com o sistema de pagamentos instantâneos do BC deixa lições importantes para outros países.

Conforme a publicação, um projeto como o Pix pode ser benéfico tanto para as nações emergentes como para aquelas economicamente mais avançadas. Segundo os pesquisadores da instituição, a partir da experiência brasileira, é possível concluir que as infraestruturas dos bancos centrais têm o poder de favorecer a concorrência e interoperabilidade entre diferentes formas de pagamento. Além disso, também é capaz de reduzir custos para os usuários e têm potencial para atuar na promoção da inclusão financeira.

Interesse internacional no Pix

Com isso, a exposição internacional do Pix não para por aí. De acordo com Campos Neto, já existem países interessados em reproduzir a experiência do sistema de pagamentos instantâneos do Brasil. Entre eles, a Colômbia e o Canadá. Diante disso, ele acredita ser possível, em um primeiro momento, expandir o Pix começando pela América Latina.

A questão foi tratada durante uma palestra realizada em um evento sobre a regulação de ativos criptográficos no Brasil. Na ocasião, ele também confirmou que o banco segue trabalhando para o lançamento do Pix internacional. Contudo, não adiantou para quando. De qualquer forma, cabe continuar acompanhando a evolução do sistema e a integração do Brasil no cenário internacional de pagamentos instantâneos.

Veja ainda:

Pagamentos instantâneos, uma realidade em países emergentes

Meios de pagamentos: Pix e cartões se destacam e aumenta uso da maquininha de cartão

O que é o PISP? Veja como funciona o iniciador de pagamentos no Pix

Remessas internacionais: Pix e moedas digitais vão deixá-las mais fáceis e baratas?

Pix contribui para cidadania financeira do brasileiro: confira resultados do relatório do BC

Digitalização de pagamentos é puxada por Pix e cartões

 

Confira também:

Todos os produtos

Quer se
aprofundar mais?

Com uma linguagem simples de entender, as análises do Instituto Propague vão te deixar por dentro dos principais temas do mercado.

Leia agora!