DeFi pode promover a inclusão financeira no Sudeste Asiático?

Embora investidores profissionais e institucionais dominem o mercado das finanças descentralizadas na região, estudo da OCDE evidencia o potencial da tokenização para promover o acesso a serviços financeiros.
DeFi pode promover a inclusão financeira no Sudeste Asiático?
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Equipe Propague
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Na esteira de como a digitalização, em especial o universo criptográfico, pode promover a inclusão financeira, um novo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE na sigla em inglês) avaliou como as finanças descentralizadas (DeFi) podem ajudar no maior acesso da população aos serviços bancários, especificamente no Sudeste Asiático.

Acesse aqui para entender o conceito das finanças descentralizadas.

Assim como outras regiões do globo, expõe o documento, a Asean (sigla em inglês para Associação das Nações do Sudeste Asiático) também enfrenta problemas em relação à bancarização da sua população. 

Isso porque nessa região, aproximadamente mais da metade das pessoas estão fora do sistema financeiro. Por outro lado, uma parte da população jovem e com maior conhecimento digital conta com elevada conectividade à internet móvel, o que representa, por sua vez, um passo importante para facilitar o ingresso dessa região nos serviços bancários da era digital.

Assim como outros estudos, o relatório da OCDE reconhece o potencial da tecnologia DeFi para promover a inclusão financeira, popularizando o acesso a serviços financeiros, bem como criando mais oportunidades de investimentos.

Contudo, partindo do cenário atual das finanças descentralizadas na região, a entidade concluiu que, por enquanto, há poucas evidências de como o DeFi poderia contribuir nesse processo. 

Investidores profissionais e institucionais dominam o mercado DeFi na região

Tal conclusão está ancorada em evidências quantitativas de que o uso da tecnologia DeFi no espaço da Asean é dominado por investidores profissionais e institucionais, incluindo prestadores de serviços centralizados de criptoativos, sem a participação de um público de varejo mais amplo.

No entanto, apesar dessa condição e das preocupações sobre a natureza não regulamentada da maioria das atividades em curso, a OCDE enxerga um grande potencial se as instituições regulamentadas adotarem a tokenização, a tecnologia de registro distribuído, além de outros recursos DeFi para contemplar mais pessoas no sistema financeiro local.

Nesse sentido, o argumento principal é de que os decisores políticos da ASEAN devem equilibrar as oportunidades da inovação digital nas finanças com os riscos que essas acarretam, fazendo com que a transformação digital do setor financeiro seja uma ferramenta facilitadora para alcançar mercados mais eficientes, inclusivos e competitivos. 

Ao promover a inovação digital responsável e segura nas finanças, a OCDE acredita que as autoridades vão conseguir, enfim, desbloquear o potencial de inclusão financeira e ganhos de produtividade a partir da tecnologia DeFi, ao mesmo tempo que antecipam e abordam os riscos emergentes para os participantes e os mercados.

A adoção da criptografia na ASEAN

O relatório da OCDE inclui, ainda, uma seção sobre como a criptografia é adotada em determinados países do Sudeste Asiático.

Em 2022, a Tailândia, as Filipinas e o Vietnã estavam entre os dez principais usuários de criptoativos a nível mundial, enquanto a Malásia era um dos nove países com a maior atividade de mineração de Bitcoin no seu território.

Em termos absolutos, o Vietnã teve os fluxos mais significativos, seguidos por Tailândia e Singapura.

Ao mesmo tempo, a publicação destaca duas iniciativas na região onde o DeFi vem sendo explorado: os projetos Mariana e Guardian, capitaneados pelo centro de inovação do Banco de Compensações Internacionais (BIS) em parceria com bancos centrais.

O primeiro corresponde a testes com moedas digitais de banco central (CBDCs) de atacado envolvendo a Autoridade Monetária de Singapura (MAS) e os bancos centrais da França e da Suíça. 

Já o segundo, em operação 2022, traz a Autoridade Monetária de Singapura em colaboração com instituições financeiras como JP Morgan Onyx, DBS e SBI Digital Asset Holdings, que estão testando DeFi em blockchain público. 

Mais recentemente, o Projeto Guardian se expandiu significativamente com vários novos casos de uso e a adesão de reguladores do Japão e de fora da Ásia, no caso Inglaterra e Suíça.

Além de Tailândia, Vietnã, Malásia, Filipinas e Singapura, Indonésia (onde fica a sede do bloco econômico), Brunei, Myanmar, Laos e Camboja também fazem parte da Asean.

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