Moedas digitais inspiram novas soluções em países asiáticos

Nações como Índia e Filipinas divulgaram suas propostas para impulsionar o uso de CBDCs visando estabilidade, inclusão financeira e melhoria dos pagamentos internacionais.
Moedas digitais inspiram novas soluções em países asiáticos
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Equipe Propague
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De olho no potencial econômico e nos benefícios que podem ser obtidos com a ampla e rápida adoção das moedas digitais, alguns países asiáticos estão apostando em novas soluções para o desenvolvimento de suas CBDCs (sigla em inglês para moedas digitais de banco central).

As autoridades monetárias da Índia e das Filipinas, por exemplo, recentemente divulgaram planos nessa direção.

Desde a criação de moedas digitais sem o suporte da tecnologia blockchain, até soluções offline, as propostas contemplam moedas digitais tanto de atacado como de varejo.

A abordagem da Índia em relação às moedas digitais

Uma das maiores economias da Ásia, a Índia anunciou que pretende buscar alternativas off-line para auxiliar na adoção da rúpia digital, CBDC em desenvolvimento pelo Reserve Bank of India (RBI, na sigla em inglês), sua autoridade monetária.

Assim como em outros países que possuem muitas áreas remotas, a ideia é impulsionar a adoção das moedas digitais nos locais mais distantes, beneficiando ainda mais pessoas e promovendo a inclusão financeira.

Segundo o presidente do RBI, Shaktikanta Das, o regulador considera várias opções para possibilitar alternativas offline, como soluções de proximidade, que serão testadas em áreas montanhosas, rurais e urbanas a fim de alcançar o objetivo proposto.

A introdução da modalidade offline será feita gradativamente por meio de projetos-piloto, a fim de permitir transações em cenários com conectividade fraca ou limitada.

Quanto à programabilidade, o presidente afirmou que a rúpia digital, atualmente, pode ser usada em transações entre indivíduos e entre indivíduos e comércio, através de carteiras digitais fornecidas pelos bancos participantes dos pilotos.

Desde dezembro de 2022, o RBI trabalha com um piloto de CBDC de varejo, o qual alcançou a meta de um milhão de operações diárias no final de 2023.

Além do lançamento de soluções offline para moedas digitais, a autoridade monetária também avalia o potencial de sua CBDC para transações internacionais, bem como a sua interoperabilidade com sistemas legados em outras jurisdições, visando estabilidade e eficiência nos pagamentos transfronteiriços.

Os planos das Filipinas para o lançamento de uma CBDC

Nas Filipinas, a estratégia atual está centrada nas moedas digitais atacadistas sem a utilização da blockchain.

Em entrevista à imprensa local, o presidente do banco central das Filipinas (BSP, na sigla em inglês), Eli Remolona, revelou a intenção de introduzir uma CBDC de atacado, intermediada por bancos, com base em um sistema de pagamento e liquidação de propriedade do BSP, sem o suporte da blockchain.

A justificativa para essa escolha é que outros bancos centrais tentaram a blockchain sem sucesso.

No momento, o banco central se mostra cético em relação a potenciais problemas com uma CBDC de varejo. Entre eles estão a desintermediação, as corridas bancárias durante tensões financeiras e a ampliação adicional da presença do banco central.

Na avaliação do presidente, as Filipinas podem replicar a experiência de países como a China e a Suécia, que estão trabalhando com CBDCs como complemento digital às suas moedas fiduciárias e às moedas digitais rivais, as criptomoedas.

Questionado sobre o prazo para o lançamento da CBDC atacadista, Remolona disse que isso poderá acontecer dentro dos próximos dois anos.

Brasil acompanha as tendências

Considerando as soluções adotadas na Ásia  em relação às suas moedas digitais, o que se observa é que o Brasil desenvolve a sua CBDC (Drex) alinhado com essas tendências, principalmente considerando a proposta da Índia.

Aqui, a versão digital do real também contempla, entre as suas diretrizes, a possibilidade de transações offline, a interoperabilidade com sistemas legados domésticos e com demais sistemas de registro e movimentação de informações, bem como a integração a sistemas de outros países com o objetivo de realizar pagamentos internacionais.

Contudo, é possível que o BC saia na frente, pois o lançamento do Drex para o público está previsto já para o final de 2024 ou para o início de 2025.

 

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